| 13/11/2007 09h53min
Parece até que o Beira-Rio mudou de endereço. No lugar da grama, carpete. Em vez de arquibancada, poltronas fofas e, onde seria o campo, uma grande tela. Só um importante componente não foi alterado: a torcida. O filme Gigante - Como o Inter Conquistou o Mundo tem lotado cinemas desde a estréia, na sexta-feira, e o sucesso deve perdurar. Pelo menos se depender dos que não se cansam de rever a manhã de 17 de dezembro de 2006. No primeiro final de semana de exibição, o documentário somou 2.688 espectadores.
– É a segunda vez que venho. Na primeira, chorei muito. É como reviver aquele dia – contou, emocionado, o estudante Felipe Sperd, 28 anos, que garante: voltará a ver mais e mais vezes até que o filme saia em DVD (no próximo dia 20).
De fato, as reações na sala de cinema são como se o título do Mundial de Clubes sobre o Barcelona fosse conquistado naquele momento. A gritaria já na primeira aparição do símbolo do Inter, os aplausos e os cantos de "Colorado, colorado, nada vai nos separar..." dão a impressão de que Yokohama é aqui. E o maior alívio é a certeza de que a falta batida por Ronaldinho, no finalzinho do segundo tempo, realmente não vingou.
– Fiquei nervoso, de novo com medo de que a bola entrasse – relatou Felipe.
O burburinho depois da falta perdida parecia confortar os torcedores de que a vitória sobre o time do melhor jogador do mundo não era sonho. E, claro, o passado não pode ser alterado.
Em outra sessão, Alexandre Pandolfi levou o pequeno Lorenzo, cinco anos, uniformizado com camisa, calção e meias - atendendo a um pedido do garoto. Apesar da inquietude do guri, nada tirava a concentração do pai.
– Chorei como criança. E aquela falta do Ronaldinho... – confessou Pandolfi.
A sala de cinema virou uma extensão do Beira-Rio em dias de comunhão da torcida com o time. E a bilheteria confirma: na sessão das 20h de segunda no Unibanco Arteplex, sobraram apenas 13 lugares dos 220. Com cerveja e pipoca na mão, assistir Gigante é como ir a um jogo. Pelo menos para o fotógrafo Larry Silva, que levou os filhos e o sobrinho vestidos, claro, com a camisa do Inter:
– É como no estádio, com tudo que tem direito.
Termina a partida, Fernandão levanta a taça de campeão do mundo e o filme chega ao fim. A saída do cinema imita a saída do Beira-Rio: um burburinho de torcedores a comentar cada lance, ou melhor, cada cena.
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