| 05/11/2007 17h13min
A queda de rendimento do Grêmio na reta final do Campeonato Brasileiro dificultou o objetivo maior da equipe na competição: a vaga à Copa Libertadores. O Tricolor foi batido pelo Figueirense por 2 a 1 no último sábado, dentro do Olímpico, mas é o desempenho fora de casa que tem sido o problema crônico da equipe nesta temporada. Os comandados de Mano Menezes só marcaram cinco gols fora do Rio Grande do Sul neste Nacional.
Para o centroavante Tuta, que fez um dos gols, as dificuldades começam no meio-campo:
– O problema não é o ataque, é o meio, que não tem criação. Como fazer gol? Buscar a bola lá do meio de campo e ir driblando todo mundo? Isso não existe. Quem tem que criar são os meias, laterais. Nós não criamos nada fora de casa – declarou o atleta, que se recupera de lesão e ainda não sabe se poderá encarar o São Paulo no domingo.
Apesar das dificuldades, o jogador disse que gostaria de permanecer no Olímpico em 2008. Em toda temporada, o centroavante marcou 18 gols, nove deles no Brasileirão.
– Eu adoraria, gostaria muito de ficar. Mas futebol é resultado, rendimento. Eu não rendi o suficiente, não pela minha qualidade. Acho que faltou mais oportunidade, mais bola, chegar mais – explicou.
O fator Olímpico
Campeão da Libertadores e do Mundo pelo Grêmio em 1983, o ex-ponta-direita Tarciso acredita que o time confia muito na força que tem dentro de casa e muda sua postura quando vai jogar fora:
– O Grêmio vem jogar em casa e se torna imbatível por causa da torcida. Então, quando joga fora, relaxa e pensa 'Se perder aqui hoje, em casa a gente mata' – declarou.
O ex-jogador, que atuou por 13 anos no Olímpico, confia que o Tricolor pode garantir vaga na Libertadores, mas para isso os jogadores precisarão se unir e assumir a responsabilidade:
– O Mano não tem culpa de nada. Agora chegou a hora dos jogadores falaram: nós que somos os responsáveis, nós que temos que levar o time, nós que temos que entrar na Libertadores. O time está treinado – explicou.
Tarciso reconhece que a equipe tem limitações. Entretanto, para ele, o problema maior nas últimas rodadas foi uma certa apatia em campo. Segundo ele, os atletas com mais experiência precisam assumir a liderança do grupo a fim de superar as dificuldades:
– Está faltando um jogador com mais experiência, com mais liderança dizer: 'Gente, é agora ou nunca mais'. Tem que jogar com a tabela na mão e matar em casa, se quiser classificar – salientou.
Já para o ex-meia-esquerda Iúra falta personalidade aos atletas nos jogos fora do Olímpico. O ex-jogador acredita que fatores externos também podem ter prejudicado a equipe nessa reta final:
– Começou a afunilar o campeonato e o Grêmio começou a ter alguns problemas extra-campo, dirigentes brigando e isso traz um reflexo muito grande para o plantel. O próprio treinador com indefinição no time, uma hora começa jogando com um, outra hora sai com outro. Ele vinha com a equipe certinha, com seus jogadores no limite, e o Grêmio não consegue mais chegar no limite – declarou.
Apesar de ter marcado apenas cinco gols jogando fora do RS, Iúra crê que a deficiência maior da equipe está no meio de campo. Para ele, jogadores fundamentais como Diego Souza e Tcheco estão rendendo abaixo do esperado:
– O Diego Souza está com a cabeça no São Paulo. Ele não é mais do Grêmio, é do São Paulo. Se nota que ele não corre mais como corria, era um jogador que desequilibrava. O Tcheco também está com problema, não sabe se controlar. Quando o meio funcionava, o time estava funcionando. Todo grande time tem que ter um bom meio de campo – salientou.
Mesmo com as dificuldades, o hoje conselheiro do Grêmio crê em classificação à Libertadores:
– Eu confio que contra o América, lá em Natal, o Grêmio é bem superior e deve vencer e depois devemos ganhar do Corinthians. O time consegue fazer seis pontos e depois é secar os adversários e tentar um empate contra o São Paulo – projetou.
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