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Será de espinhos o caminho do futuro presidente do Grêmio, Flávio Obino, no ano do Centenário e da 10ª Libertadores do clube. Os quatro anos de José Alberto Guerreiro no cargo mostram um saldo positivo no futebol: foram 20 competições, quatro títulos (os Gauchões de 1999 e 2001, a Copa Sul de 1999 e a Copa do Brasil de 2001), seis semifinais, cinco treinadores e 49 jogadores.
Os problemas estão na área financeira. A dívida foi a R$ 80 milhões. Mesmo com R$ 40 milhões refinanciados pelo Programa de Recuperação Fiscal, os valores preocupam.
A ordem é cortar gastos. Nos bastidores do Olímpico, comenta-se a necessidade até de demitir funcionários. Nomes remunerados de peso, como o diretor-executivo Dênis Abrahão, não permanecerão. Há, também, processos trabalhistas de ex-jogadores contra o Grêmio que podem explodir na gestão de Obino. A maioria reivindica o pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não recolhido. Parte vem de antes do período Guerreiro. Dinho, Scheidt,
Arce, Paulo
Nunes e Marinho são alguns dos que estão acionando o clube na Justiça.
- Me propuseram um acordo, mas eu não aceitei. O FGTS é um direito - avisa Dinho, símbolo da Libertadores de 1995 e do Brasileirão de 1996.
Folha salarial, de R$ 800 mil, terá que ser ainda mais reduzida
Outro problema será a necessidade de reduzir a folha salarial. No meio do ano, Guerreiro começou a transição. De R$ 1,2 milhão, os gastos caíram para R$ 800 mil. Zinho, Fábio Baiano, Mauro Galvão, Pablo Hernández e o preparador Paulo César Paixão foram dispensados. Restaram mágoas, especialmente no caso de Paixão, que dias antes havia sofrido com a morte do filho de 25 anos.
A atual conjuntura do futebol, que agora obriga a publicação de balancetes trimestrais, exige ainda mais aperto de contas. De um ano para o outro, o grupo de jogadores do Grêmio poderá sofrer uma transformação. O primeiro problema será Anderson Lima. O contrato do
lateral-direito termina em fevereiro de 2003 e está na
faixa dos R$ 60 mil. Se não aceitar uma redução, será difícil a sua permanência. Luís Mário e Rodrigo Mendes, donos do passe, admitem interesse do Exterior. Em fevereiro de 2003, Polga ganhará passe livre.
- O futebol brasileiro está acabando. Em pouco tempo, vocês vão ver, vai ter gente indo jogar na China, na Coréia - costuma dizer Luís Mário aos repórteres no Olímpico, quando o tema eram salários atrasados e a política de austeridade financeira que atingiu os clubes brasileiros.
( diogo.olivier@zerohora.com.br )
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