A homenagem feita pelo Avaí para os torcedores no jogo contra o Remo, em Belém (PA), no último sábado divide as opiniões justamente dos homenageados. Naquele dia, o goleiro reserva Diego usou a camisa 22, deixando a 12 "aposentada" temporariamente por iniciativa do treinador Alfredo Sampaio. A intenção foi prestar homenagem ao chamado "12º jogador", que acompanhava a partida a milhares de quilômetros. Enquanto a diretoria do clube ainda discute se torna definitivo o ato, torcedores dividem-se entre os que estão a favor e contra a medida.

Pesquisa
 
No site oficial do clube, a maioria das respostas a uma enquete era de pessoas contrárias à homenagem. Dos 1.233 votos cadastrados até o fim da tarde, 53,45% foram para a opção "a camisa 12 deve ser do goleiro". Os 46,55% restantes apoiavam a atitude do treinador. A pesquisa permitia que o internauta votasse mais de uma vez.

Nas ruas, também não há unanimidade entre os torcedores. O bancário Dalmo de Souza acredita que a medida é apenas estratégia de marketing. "Acho que eles querem se aproximar da torcida e desviar a atenção da má fase do time", opina.

O comerciante Marcelo Jacques, dono de uma peixaria no Mercado Público de Florianópolis, também acha que a torcida de seu time do coração não merece a homenagem. "Tem que homenagear torcida que apóia, vai a campo, ajuda o time a subir. No Avaí são sempre os mesmo quatro ou cinco mil que vão a campo", diz.

O Atlético Mineiro já aposentou a camisa 12 em homenagem à torcida, assim como o Náutico. Os clubes adotaram a medida após a Série B do ano passado, quando conseguiram o acesso à elite nacional. Os mineiros tiveram média de 31.922 torcedores por jogo, e os pernambucanos, de 9.893.

A média de público do Avaí na Série B deste anos é de 2.722 pagantes por jogo, 931 a menos que em 2006 e inferior às dos outros grandes clubes catarinenses no Brasileiro. Na Copa do Brasil, mesmo com a melhor campanha da história do clube, apenas 3.803 torcedores compareceram por partida na Ressacada – o Figueirense teve média de 10.222 no Orlando Scarpelli.