| 11/05/2007 18h19min
O técnico gaúcho Amauri Knevitz, campeão paranaense neste ano pelo Paranavaí, quer mais para sua carreira. Em entrevista online realizada na tarde desta sexta no clicRBS, o treinador se disse preparado para trabalhar nos grandes clubes brasileiros.
– Me sinto pronto para trabalhar em qualquer clube do Brasil. Tudo que fiz em 10 anos como treinador, e mais 15 como jogador, me dá essa certeza – afirmou Knevitz, que não descarta trabalhar na dupla Gre-Nal. – São clubes grandes, e todo profissional tem interesse em trabalhar em equipes assim.
No último domingo, dia 6, o Paranavaí conquistou o Campeonato Paranaense ao empatar sem gols com o Paraná, na Vila Capanema, em Curitiba. Apontado pelo próprio prefeito de Paranavaí como um dos grandes responsáveis pelo título, Knevitz contou para os internautas do clicRBS como foi o envolvimento da comunidade na conquista estadual.
– Há um sentimento na cidade de que o time tinha uma liderança, que os jogadores confiavam no treinador. Todos sentiam isso, havia uma cumplicidade muito grande entre o time e o treinador, e o prefeito sempre falava abertamente. É importante salientar que lá não era a torcida de um time, era uma cidade inteira envolvida com o time. O time representava a cidade. Foi emocionante – lembra o gaúcho, natural de Porto Alegre.
Um dos obstáculos para o Paranavaí na conquista do Paranaense foi a arbitragem. De acordo com o técnico, os árbitros inexperientes tinham atuações inseguras, e acabavam beneficiando os grandes times paranaenses.
– Na primeira fase, muitos árbitros eram pouco experientes. Davam muitos cartões logo no começo do jogo, o que ocasionava expulsões na maioria das partidas. Isso nos prejudicou porque demoramos a ter um time titular por causa das suspensões – contou Knevitz.
Confira os melhores trechos da entrevista online:
Pergunta – Boa tarde, Amauri Knevitz! Qual a receita de sucesso do Paranavaí? Como levar um clube sem poderio econômico a um título importante, como o Campeonato Paranaense?
Amauri Knevitz – Trabalho e qualidade dos jogadores. Com trabalho, conseguimos montar um grupo de boa qualidade técnica. A resposta foi até surpreendente, além da expectativa.
Pergunta – Há jogadores que se destacam em seu time ou o forte mesmo é o conjunto?
Knevitz – No futebol, sem conjunto, o jogador não se destaca. Se os jogadores não se esforçarem coletivamente, não haverá destaques individuais. Lá, eles se destacaram em função do coletivo.
Pergunta – Em que altura do campeonato você percebeu que poderia desbancar os três times grandes da Capital e levar a taça para o interior?
Knevitz – Na segunda fase, quando precisávamos vencer o Atlético e conseguimos vencer em casa e empatar na Arena, jogando bem os dois jogos. Ali notamos que o time havia crescido, amadurecido. Foi aí que a gente viu que dava pra chegar.
Pergunta – E como foi o reconhecimento da cidade ao seu trabalho? Aqui no sul, ficamos sabendo que o próprio prefeito andou dizendo que você foi o grande responsável pelo título...
Knevitz – O reconhecimento foi total. Há um sentimento na cidade de que o time tinha uma liderança, que os jogadores confiavam no treinador. Todos sentiam isso, havia uma cumplicidade muito grande entre o time e o treinador, e o prefeito sempre falava abertamente. É importante salientar que lá não era a torcida de um time, era uma cidade inteira envolvida com o time. O time representava a cidade. Foi emocionante.
Pergunta de internauta – O título já te abriu possibilidades maiores?
Knevitz – Sim. Muitos empresários e representantes de clubes têm feito contato. O meu nome está bem cotado no Paraná.
Pergunta – Por que você acha que técnicos gaúchos são bem cotados no mercado (Felipão, Dunga, Carpeggiani...)? Há uma escola gaúcha, ou apenas coincidência?
Knevitz – Pelo estilo e, fundamentalmente, pelo trabalho. Os treinadores gaúchos gostam de trabalhar taticamente seus times.
Knevitz – Não diria que há uma escola gaúcha. De repente, há uma visão gaúcha de futebol, um futebol mais competitivo, participativo. O coletivo sempre é mais importante que o individual.
Pergunta de internauta – Amauri! Qual a pior coisa que lidou no paranaense?
Knevitz – Na primeira fase, muitos árbitros eram pouco experientes. Davam muitos cartões logo no começo do jogo, o que ocasionava expulsões na maioria das partidas. Isso nos prejudicou porque demoramos a ter um time titular por causa das suspensões. Também por isso, o time cresceu da metade do campeonato em diante.
Pergunta – E quanto às arbitragens, o que pode nos dizer? Existe mesmo aquela tendência de beneficiar os times grandes?
Knevitz – Só quando os árbitros são inseguros, inexperientes. Por receio, na dúvida, sempre apitam a favor do clube maior.
Pergunta de internauta – Qual time voce acha que tem mais chances de ser o campeao brasileiro este ano?
Knevitz – Os clubes tradicionais sempre têm mais chance: Inter, Grêmio, São Paulo, Flamengo, Botafogo, Atlético-PR, Atlético-MG, Cruzeiro, não foge muito disso.
Pergunta – O que você pode dizer sobre o zagueiro Diego Correia e o lateral-esquerdo Roque, jogadores que supostamente interessam ao Inter?
Knevitz – O Diego Corrêa é um jovem de 21 anos que fez um campeonato muito bom. Canhoto, rápido e sai jogando muito bem pelo lado esquerdo.
Knevitz – O Roque é um lateral de boa qualidade Tem boa imposição física, apóia bem o ataque e finaliza bem.
Pergunta de internauta – Aqui é Adelar RIEFF, Parabens pelo título, gostaria de saber quais são seus planos para o futuro?
Amauri – Oi, meu irmão! Estou no aguardo de uma confirmação, tenho alguns contatos e por enquanto não está nada definido.
Pergunta de internauta – o senhor pensa em treinar Grêmio ou Inter?
Knevitz – Isa, sim. A hora que tiver um convite. São clubes grandes, e todo profissional tem interesse em trabalhar em equipes assim.
Pergunta de internauta – algum time aqui do RS te procurou?
Knevitz – Conte, por enquanto, não.
Pergunta de internauta – Parabens Amauri pelo feito!mais um representante da qualidade dos tecnicos gauchos!!na tua opinião qual o melhor tecnico do Brasil?
Knevitz – Luiz Felipe, Mano Menezes, Luxemburgo e Nelsinho Baptista. Na minha opinião, esses são os melhores, cada um com suas características.
Pergunta de internauta – O que voce acha do Gallo ?
Knevitz – Ainda não conheço o Gallo como treinador. Tive o prazer de jogar junto com ele. Gente boa, bom profissional e tem tudo para dar certo aqui no Rio Grande do Sul.
Felipe Truda
felipe.truda@rbsonline.com.br
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