| 18/04/2007 12h11min
A reportagem da Rádio Gaúcha acompanhou desde o ano passado a ação das torcidas na Grande Porto Alegre. Há mais de dois meses esteve entre os grupos de São Leopoldo e as chamadas barra bravas do Grêmio e do Inter. De acordo com a pesquisa do Instituto Ipsos Marplan, o Grêmio tem a sexta maior torcida do Brasil, com 4% do total de torcedores do país. Na oitava colocação, com 3%, aparece o Inter. O estudo revela a dimensão das torcidas no Rio Grande do Sul e conseqüentemente a rivalidade entre elas.
Grêmio
As chamadas organizadas foram oficialmente extintas no Tricolor, mas ainda há núcleos nas arquibancadas. Os principais são da Super Raça, Jovem e Máfia Tricolor. Segundo levantamento da reportagem, há grupos perigosos da Máfia Tricolor, na Vila Elo Perdido, em Canoas e da Super Raça com concentração no bairro Cidade Baixa.
– Ainda mais agora com a extinção de quase todas as torcidas do Grêmio e o clube dando apoio somente para a Geral, isso está se tornando mais freqüente. As outras torcidas estão se unindo contra a Geral – afirmou um torcedor.
Uma reclamação das torcidas é que a direção do Grêmio tem apoiado muito a Geral e ainda atuou junto na eliminação das organizadas.
Inter
As torcidas ainda existem, como a Camisa 12 e a Nação Independente, mas em número reduzido. Ambas têm o apoio da direção e recebem subsídios para viagens. No entanto, esta é a reclamação de um integrante da Popular, a chamada barra brava do Inter. Os subsídios e a migração de torcedores das organizadas para a Popular geraram uma rivalidade entre as próprios grupos colorados, o que acaba em brigas e confrontos. O presidente da Camisa 12, Miguel Dagnino, diz que todos os envolvidos em brigas e conflitos têm os nomes divulgados para as autoridades através de um banco de dados com fotos.
– Hoje em dia, se der qualquer problema com algum integrante da Camisa 12 prontamente se estará disponibilizando, junto ao clube e às autoridades, para se chegar aos envolvidos através de nosso banco de dados e de fotos – explicou Dagnino.
Barra Bravas
É um tipo de torcida da América Latina que incentiva as equipes com cantos, fogos de artifício e uso de faixas, mas que também é responsável por atos de violência. Esses grupos começaram a surgir nos anos 70 na Argentina e no Uruguai. As mais tradicionais são a La 12 do Boca, Los Borrachos Del Tablón, do River Plate, e a La Guardia Imperial, do Racing Club, todas da Argentina. O país vizinho já registrou mais de 70 mortes em três décadas. Os barra bravas argentinos chegaram ao ponto de exportar os métodos de violência para outros países.
Da Argentina para o Pampa gaúcho
No país vizinho, as barras são feitas pelas torcidas organizadas, enquanto que no Rio Grande do Sul, inciou-se um novo movimento que virou oposição às tradicionais organizadas. A percussora no Brasil foi a Geral do Grêmio, criada em 2001, depois de um jogo do tricolor contra o Talleres, em Córdoba.
– Foi num jogo do Grêmio contra o Talleres, em Córdoba. Tu vendo a torcida do Talleres, mesmo o Grêmio vencendo por 2 a 0, os caras empurrando e combinamos: 'Bah, vamos chegar lá no Olímpico e começar a cantar assim, apoiar o tempo inteiro' – destacou um integrante da Geral durante conversa num bar em frente ao estádio Olímpico em Porto Alegre.
Logo em seguida veio a resposta colorada com a Popular, se estendendo depois para outros estados. A maior diferença entre as barras gaúchas é a avalanche feita pelos gremistas. Após cada gol do Grêmio, os torcedores descem correndo as arquibancadas em direção à mureta, criando um efeito visual que lembra uma avalanche. As duas torcidas também têm uma grande divergência, que gera conflitos. Enquanto colorados dizem que os gremistas são uma cópia da Argentina, os tricolores afirmam que os integrantes da Popular imitaram os torcedores da Geral.
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