| 15/03/2007 12h02min
Um dos melhores nadadores do esporte brasileiro anunciou oficialmente o fim da carreira nesta quinta-feira. O catarinense Fernando Scherer, 32 anos, afirmou que a dura rotina de treinos foi a grande responsável pela sua decisão. Em entrevista coletiva em São Paulo, Xuxa declarou que já não tinha mais motivação para poder manter os resultados que o destacaram nos últimos 16 anos.
– Esse é um momento difícil, que eu não esperava nem hoje e nem daqui cinco anos. Representei o Brasil por 16 porque tinha uma motivação pessoal para competir. Hoje não tenho mais isso. O cansaço psicológico da rotina de treino me fez tomar essa decisão. Tudo tem começo, meio e fim. E hoje estou encerrando esse lado da minha carreira. Desde janeiro eu estou pensando em tomar essa decisão – disse Scherer, em entrevista coletiva.
– Meu objetivo sempre foi bater recordes e conseguir a auto-superação e atualmente eu não conseguia me dedicar como era necessário. Paro no auge – completou o nadador, que ficou com o quinto lugar nos 50m borboleta no Mundial de 2005, no Canadá, conquistando inclusive o atual recorde brasileiro, com 23s55.
Desta forma, o atleta deixa para trás a chance de brigar por sua oitava medalha em Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro, em julho.
– Eu tinha que competir no Pan do Brasil com 100% das minhas possibilidades. Eu tinha que chegar 100% treinado e isso eu não ia conseguir. Tenho que dar chances aos outros atletas. Temos uma grande geração, com nomes como Kaio Márcio e Thiago Pereira, atletas que vão representar o Brasil tão bem quanto eu e o Gustavo (Borges) fizemos – salientou.
Um dos ídolos do esporte no Brasil, ele começa agora, ao lado da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) um trabalho semelhante ao do companheiro Gustavo Borges, difundindo e incentivando a natação e participando de trabalhos sociais com crianças.
Logo aos 19 anos, Xuxa chamou atenção ao ficar com o ouro nos 100m livre do Mundial de piscina curta, em 1993. Seu primeiro ouro veio dois anos depois. Além de sair vitorioso dos 50m livre, sua especialidade, no Pan de Mar del Plata, o nadador ainda conseguiu o triunfo nos 100m no Mundial de piscina curta.
Em sua primeira Olimpíada, em Atlanta-96, Xuxa trouxe na bagagem a medalha de bronze nos 50m livres. Dois anos depois, no auge de sua carreira, quebrou o recorde mundial no revezamento 4x100m livre em piscina curta ao cravar a marca de 3min10s45 ao lado de Gustavo Borges, Carlos Jayme e Alexandre Massura. A marca durou dois anos como melhor do mundo, sendo superada apenas em 2000 pelos suecos Frolander, Nystrand, Nystrom e Ohlin (com 3min09s57, atual recorde mundial). De quebra, foi eleito melhor nadador do mundo pela Federação Internacional.
Em seu segundo Pan, desta vez em Winnipeg-99, o catarinense se tornou o recordista de medalhas de ouro em uma única edição dos Jogos, trazendo do Canadá quatro primeiros lugares (100m livre, 50m livre, 4x100 medley e 4x100 livre) dos sete que os brasileiros conquistaram no país da América do Norte. Já sua segunda medalha olímpica veio em 2000, em Sydney, com o bronze nos 4x100m livre.
Em 2004, ficou fora da final dos 50m livre em Atenas, nas Olimpíadas que não renderam nenhum pódio ao Brasil. Seus últimos ouros para o Brasil vieram no Pan-Americano de Santo Domingo-2003, na República Dominicana, onde conquistou a dourada nos 50m livre e novamente no revezamento 4x100m livre.
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