| 11/07/2006 23h47min
A Copa do Mundo mal terminou e os empresários alemães já tentam garantir lucros para a próxima década com a experiência adquirida na organização do Mundial. Nesta terça, em Berlim, executivos brasileiros e alemães assinaram um acordo pelo qual os anfitriões da Copa deste ano ajudarão o Brasil a se preparar para ser o país sede do Mundial de 2014.
– O empresariado brasileiro ainda não está pronto e não tem experiência para organizar uma Copa. Por isso, vamos contar com a ajuda do setor privado alemão que, por anos, esteve envolvido na preparação do Mundial deste ano – explicou Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira de Indústrias de Base e que assinou o entendimento em nome do setor privado brasileiro.
Apesar de o Mundial estar programado para ocorrer na América do Sul apenas em 2014, a escolha da Fifa sobre a sede será feita em menos de dois anos. O Brasil tem de apresentar até 2007 um plano concreto de como pretende organizar o evento. Joseph Blatter, presidente da Fifa, deixou claro que gostaria de ver o Mundial sendo disputado no país, mas alerta que o Brasil precisa, primeiro, cumprir a exigência da construção de estádios e de infra-estrutura.
– Apoiamos a Copa do Mundo de 2014 no Brasil e estamos oferecendo ao país uma série de propostas de cooperação em vários setores, como infra-estrutura, saúde e consultoria – afirmou Uriel Shares, presidente da empresa alemã Siemens.
Ele entregou nesta terça um documento ao setor privado brasileiro com uma série de projetos que poderiam ser realizados de forma conjunta pelos dois países.
– A Copa será um evento importante para o desenvolvimento do Brasil – acrescentou Godoy.
Ninguém esconde, porém, que a iniciativa também é uma forma de as empresas alemãs venderem a experiência que obtiveram na Copa deste ano. Cerca de 1,2 mil companhias alemãs estão instaladas no Brasil, algumas das quais tiveram participação ativa na realização da Copa nas cidades alemãs. Para 2010, na Copa da África do Sul, várias empresas alemãs já iniciaram obras no país e abriram escritórios nas cidades sul-africanas.
– A Copa do Mundo foi muito boa para o setor privado alemão – reconheceu Shares.
Os dados preliminares mostram ganhos de 800 milhões de euros com os turistas que foram a Alemanha, além de investimentos de dois bilhões de euros na construção de estádios e outros 3,9 bilhões de euros em obras de infra-estrutura por todo o país.
– O governo brasileiro sozinho não terá como financiar nem de perto volumes de investimentos parecidos aos que foram feitos na Alemanha – concluiu Godoy.
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