| 29/06/2006 10h12min
Oito anos se passaram desde o misterioso episódio de Ronaldo e da derrota da seleção brasileira por 3 a 0 para Zidane e companhia na final da Copa do Mundo da França. Às vésperas do reencontro contra os carrascos, desta vez válido pelas quartas-de-final do Mundial da Alemanha, o discurso dos jogadores brasileiros é quase unânime: não se trata de vingança.
Enquanto Cafu, Juan, Juninho Pernambucano e outros atletas negam o clima de revanche contra os franceses, Zé Roberto, reserva de Roberto Carlos em 1998 e principal destaque brasileiro em 2006 – eleito duas vezes o melhor em campo pela Fifa –, destoa completamente do grupo e não vê a hora de mandar a França de volta para Paris e, de quebra, aposentar o principal ídolo adversário: Zidane.
– Eu fiz parte do grupo de 1998 e ficou sim a marca, mas ela tem tudo para ser apagada dessa vez. A vida normalmente não nos proporciona a chance de corrigir algo do passado, mas isso acabou voltando e temos que aproveitar a oportunidade – exigiu o camisa 11, que em 1998 teve como companheiros Dida, Cafu, Roberto Carlos, Emerson e Ronaldo.
Mais sereno, o capitão Cafu garantiu que a derrota da penúltima Copa faz parte do passado.
– Aquilo pertence à história, é passado. A França foi melhor do que o Brasil e mereceu vencer. Hoje temos outras responsabilidades e não há motivo para levar essa história de vingança para dentro de campo – argumentou o capitão.
Para o jogador, recordista em participações com a camisa do Brasil em Copas (19 partidas), o foco principal no momento é dar seqüência ao sonho do hexa.
– Precisamos pensar que a França é um grande adversário e que nosso objetivo maior é passar às semifinais – exigiu.
Pensamento semelhante tem Juninho Pernambucano, "espião" ideal do técnico Parreira, já que é ídolo e principal destaque do Lyon.
– Meu sentimento é de vencer o jogo e chegar às semifinais, não de revanche. A França mereceu aquela vitória e escreveu a página mais bonita de sua história com o título mundial – opinou o atleta, que pode ser a grande surpresa brasileira para o jogo, desbancando Adriano.
Mero espectador na Copa de 1998, o zagueiro Juan agora é peça fundamental no sistema defensivo brasileiro. Para o camisa quatro, o Brasil já venceu um Mundial depois da derrota para os franceses e isso basta para enterrar qualquer sentimento de vingança.
– São poucos jogadores que estiveram naquela ocasião (seis) e todos sabem que isso já passou. Ninguém vai mudar o resultado daquela partida e esse será um jogo totalmente diferente. Agora o sentimento é de bola pra frente – concluiu.
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