| 22/11/2005 08h17min
Após ser um dos personagens principais no polêmico empate de domingo diante do Corinthians, Tinga teve um dia movimentado nesta segunda. Recebeu mensagens de incentivo de várias pessoas desde o Aeroporto de Guarulhos até a pracinha na qual brincou com o filho pequeno, zona sul de Porto Alegre. Aos colorados, mandou dois recados: agradeceu pela recepção orgulhosa e lembrou que o sonho do título não morreu.
Zero Hora - A sua foto sofrendo o pênalti está na capa de todos os jornais do país. Como foi a repercussão?
Tinga - Me surpreendi. Em São Paulo, o pessoal vinha elogiar nosso time pela forma como enfrentou o Corinthians mesmo com um jogador a menos. Muita gente me reconheceu. É que a injustiça ficou na cara. Aí todo mundo se solidarizou.
ZH - A sua expressão de desespero com a expulsão ficou clara nas fotos.
Tinga - Eu vi! É que ali, na hora, só pensei que íamos ficar com
um a menos no jogo mais importante do ano. O Muricy sempre pede
para a gente acabar o jogo 11 contra 11. O Fábio Costa sempre vai em cima de quem simula pênalti contra ele. Por isso ficou mudo comigo.
ZH - Como vais ver o jogo de domingo contra o Palmeiras?
Tinga - Vou estar no vestiário com meus companheiros. Depois, subo para torcer.
ZH - Ainda dá para ser campeão?
Tinga - Primeiro veio os jogos anulados quando éramos líderes. Chegamos a ficar 11 pontos atrás. Ninguém acreditava e nós buscamos. Aí, na hora do confronto direto, acontece uma coisa dessas bem na hora de virar o jogo. O Brasil inteiro viu que não perdemos em nada para o Corinthians. Eles podem ter mais dinheiro e individualidades, mas nossa parte coletiva e tática é superior. Somos melhores. Tanto que jogamos com 10 e terminamos a partida em cima deles.
ZH - Certo, mas tu acreditas no título?
Tinga - Sinceramente, acredito. Tenho fé
em Deus. Ele é justo. Já sabe de quem vai ser esse campeonato. Por tudo que passamos, a
gente merece esse título. Escreve aí: o sonho de ser campeão não morreu. Quem sabe Deus não está reservando algo maior para os próximos seis meses? Uma Libertadores? Deus é quem sabe. A nós cabe lutar e ter orgulho deste grupo, como diz o Fernandão.
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