| 02/12/2001 22h25min
Vítima de uma onda de atentados terroristas sem precedentes, Israel foi palco de um dos finais de semana mais sangrentos desde o início do atual levante palestino (Intifada), há mais de 14 meses. Em menos de 12 horas, quatro atentados a bomba espalharam pânico e morte nas ruas de Jerusalém e Haifa. Ao todo, pelo menos 28 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas. O número de mortos deve aumentar, já que muitos dos feridos estão em estado grave.
No mais mortal dos atentados do fim de semana, um suicida explodiu uma bomba amarrada a seu corpo em um ônibus interurbano de Haifa, a importante cidade portuária do norte de Israel. O homem entrou no veículo pela porta da frente, no centro de Haifa, pagou o motorista, Shimon Kabesa, com uma nota de valor elevado e não esperou o troco. O motorista, então, chamou o passageiro de volta. Foi nesse instante que o suicida detonou a bomba. Pelo menos 16 pessoas morreram (entre elas o suicida) e outras 35 ficaram feridas.
O grupo extremista Hamas, que havia prometido vingar o assassinato no dia 23 de novembro de Mahmud Abu Hannud, um dos principais líderes do movimento, assumiu a responsabilidade pelos atentados em Jerusalém e Haifa. Israel considerou o líder palestino Yasser Arafat diretamente responsável pelos ataques do fim de semana. O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, convocou uma reunião extraordinária de seu gabinete a fim de estudar uma retaliação. França, Grã-Bretanha, Itália e Rússia condenaram os atentados. Nos Estados Unidos, o presidente George W. Bush divulgou um comunicado: " Fiquei chocado e triste ao tomar conhecimento dos ataques. Condeno veementemente esses atos de assassinato que nenhuma pessoa, em sã consciência, pode tolerar e que nenhuma causa pode justificar " afirmou o presidente.
Em uma atitude inusitada, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) decretou estado de emergência na Cisjordânia e Faixa de Gaza e indicou que os grupos militantes devem ser considerados fora-da-lei. Até a noite de ontem, a polícia palestina havia prendido pelo menos 75 militantes dos grupos Jihad Islâmica e Hamas.
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