| 29/12/2009 07h01min
Eles fizeram muito sucesso, foram ídolos de Inter ou Grêmio nos anos 70 e 80 do século passado. Alguns viraram mitos. Com o tempo, voltaram ao convívio dos “normais”. O que fazem da vida? Esta pergunta dá nome à série de 11 reportagens. O Diário Gaúcho encontrou os ex-jogadores escolhidos por leitores.
A partir de hoje, serão revelados um por dia. Cinco gremistas, cinco colorados e um que atuou na Dupla. Há histórias surpreendentes, emocionantes e engraçadas. Recuperam uma época na qual o beijo em escudo era por amor ao clube.
Na segunda metade da década de 80, o gremista começava a escalar o time:
– Mazaropi, Alfinete...
Multicampeões estaduais e da primeira Copa do Brasil, não é de se estranhar que os dois apareçam nesta seleção de ídolos sugeridos por leitores e que formam a série “O que faz da vida” – iniciada ontem com o ex-goleiro tricolor. Hoje é a vez do lateral-direito. Amanhã será o dia de um mito
colorado.
– Encarar pontas habilidosos era bem mais fácil do
que levar a vida como treinador.
O desabafo de Carlos Alberto Dario de Oliveira, o Alfinete, resume a sina da maioria dos que trocam a chuteira pela prancheta. Desde 1994, ele mescla o tempo entre estágios com treinadores famosos, como Vanderlei Luxemburgo, e trabalhos em pequenos clubes.
Mesmo invicto, foi demitido
Aos 48 anos, desempregado, o ex-camisa 2 tricolor mora em Jaú, interior paulista. Até o dia 1º de outubro, estava em Bauru, cidade vizinha:
– Mesmo invicto, fui demitido do Noroeste (três vitórias e quatro empates). Não é fácil. Uma hora, engreno – torce Alfinete.
Apesar de tudo, Alfinete se diz feliz. Tem uma boa rede de amigos e seus bons trabalhos rendem emprego em Goiás, principalmente.
Bom papo, adora recordar as conquistas que teve no Olímpico – era magrinho como um alfinete. O físico atual já não renderia mais este apelido.
– Tínhamos um
time unido. Colecionamos faixas. Que saudade!
Ah, se aquele gol valesse...
Do passado, só uma coisa lhe tira o bom humor. Chia do juiz na semifinal do Brasileirão de 1990. Alfinete cita um gol anulado contra o São Paulo, no Olímpico. O 2 a 0 levaria à final. O árbitro era Wilson Carlos dos Santos.
– Ele apitava o Paulistão, não podia estar naquele jogo!
O 1 a 0 não bastou ao Tricolor do técnico Evaristo de Macedo. O time tinha Sidmar; Alfinete, Vilson, João Marcelo e Hélcio; João Antônio, Donizete, Caio e Assis; Maurício e Nilson.
Ficha do ídolo
Nome: Carlos Alberto Dario de Oliveira, 48 anos (1º/2/1961, em Jales-SP)
Onde mora: Jaú-SP, com a mulher, Deise, e a filha Gabriela
O que faz: treinador à espera de clube
Ano da estreia: 1978, no XV de Jaú-SP
Ano do adeus: 1994, no Fluminense
Clubes como lateral-direito: XV de Jaú-SP, Corinthians, Ponte Preta, Joinville-SC, Grêmio (1987 a 1990 e 1993), Atlético-MG, Ituano, Vila Nova-GO e
Fluminense
Clubes como treinador: XV de Jaú-SP, Rioverdense-GO, Toledo-PR, Anápolis-GO, Itumbiara-GO,
Brasiliense-DF, Sorocaba-SP e Noroeste-SP
Títulos no Grêmio: Copa do Brasil (1989), quatro Gauchões (1987 a 1990) e o extinto Supercampeonato Nacional (1990)
Fundo do baú
- O jogo da vida: contra o Glória, em Vacaria (2 a 1, dia 30 de abril de 1989). Evitamos o risco de rebaixamento! Dali arrancamos para o penta gaúcho!
- Alegria no futebol: ter sido campeão da Copa do Brasil, em 1989.
- Se pudesse voltar no tempo: fecharia a boca. Fui muito verdadeiro no Corinthians e me prejudiquei. Deixei de ir à Olimpíada de 1984 por bater de frente com dirigentes.
- Aprendizado na pior derrota: o Gre-Nal do século (1989) me marcou. Não há jogo vencido antes do final. Merecíamos ter feito cinco gols. Mas estava 1 a 0 e o Minelli (treinador) nos xingou. Ficamos abatidos e isto facilitou a vida deles.
Para tentar adivinhar o time completo, clique aqui.
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