Resumindo a história toda, na palavra assumida e empenhada de Fernando Carvalho, vice de futebol do Inter: Guiñazu fica. Não sai do Beira-Rio para o São Paulo em ano de Libertadores de jeito nenhum. Só se aparecer algum clube da Europa disposto a bancar a multa rescisória de US$ 20 milhões. Nesta quarta-feira, o argentino rodou 300 quilômetros, percurso de ida e volta do litoral gaúcho, onde passa férias com a família, para ouvir esta decisão.

A reunião, mantida em sigilo a pedido do argentino, que não quer dar entrevistas, foi acertada por telefone entre Carvalho e o capitão. Durou meia hora. Participaram do encontro: Carvalho, Guiñazu, o diretor de futebol Giovanni Luigi e dois empresários, Régis Marques e Fabiano Ventura. Que estão no centro da confusão toda. O primeiro trabalha com Guiñazu, mas o segundo teve autorização do volante para, se for o caso, tratar de propostas de outros clubes.

Mas será que houve mesmo proposta do São Paulo, negada pelos dirigentes do clube paulista apesar do noticiário informar o contrário?

— Se trouxeram proposta (do São Paulo), é porque eles (os empresários) pensaram nisso (em tirá-lo do Inter). O novo procurador achou por bem oferecê-lo. Mas eu não aceito nem ver proposta pelo Guiñazu. Não quero saber qual é o clube, aliás. Contrato é bilateral. São duas partes. O Inter é uma parte. E não quer negociá-lo — afirmou Carvalho.

Guiñazu está de férias na praia, em Atlântida. Rodou 300 quilômetros para se reunir com Fernando Carvalho. Veio, conversou na presença de seus empresários e dos dirigentes do Inter, e voltou.

Ao deixar a reunião no Beira-Rio, Guiñazu respondeu apenas "está tudo tranquilo, tranquilo" a um grupo de torcedores que o avistaram e perguntaram se ele iria deixar ou não o clube. Zero Hora tentou conversar com ele no condomínio onde descansa com a família, mas ele não quis conceder entrevistas para dar a sua versão acerca de supostas tratativas com o São Paulo que motivaram a reunião de ontem.

— Não vou falar. Não atendi ninguém da imprensa até agora. Estou de férias e não darei entrevistas neste período — afirmou o volante já de volta ao litoral gaúcho, por intermédio da gerência do condomínio, em meio a uma corrida na esteira na sala de ginástica.