| 09/12/2009 10h10min
Na série de torcedores fanáticos pela dupla Gre-Nal, é a vez do colorado Elias Mangueira Lopes, um goiano que se apaixonou pelo Inter, contar sua história. Ele lembra como acompanhou o Colorado na final do Mundial de Clubes, contra o Barcelona.
Envie a sua história também para o e-mail esportes@clicRBS.com.br, informando seu nome completo, profissão/ocupação e um telefone de contato, além de uma foto, e tenha a sua aventura publicada no clicEsportes.
Confira o relato de Elias:
Meu nome é Elias Mangueira Lopes, sou um goiano de 22 anos nascido na bela cidade de Formosa, interior de Goiás, estado do eterno ídolo colorado FernanDeus. Hoje moro em Dourados, no Mato Grosso do Sul. A minha história de amor e fanatismo pelo Inter começa com a peculiaridade de eu não ter nenhum parente que
torce pelo Inter, muito menos parentes gaúchos. Realmente não sei o
que aconteceu e não sei explicar, mas quando vi o uniforme do Inter pela primeira vez eu me apaixonei.
Tempos de vacas magras, derrotas para Bragantino, sufoco pra se livrar de rebaixamento contra Paysandu e Palmeiras. Eu tinha que aguentar a flauta de todos os torcedores rivais: mas como? Você goiano torcer pra um time do Rio Grande do Sul? Se ao menos fosse um time paulista ou carioca! É, eles nunca vão entender. Mas quem um dia se torna colorado constrói outra pele que nunca será atingida.
Eu tive a honra de conhecer o Beira-Rio em 2004. Foi a maior emoção que já senti. E a foto que registra isso está na minha estante em um belo porta-retrato. Em jogos do Inter, eu me abraço na bandeira e corro pra frente da TV.
Voltando ao assunto, é eu sou mesmo fanático pelo Inter e queria muito que vocês publicassem essa história porque foi completamente alucinante esse dia. Na final do Mundial Interclubes eu estava de férias na minha querida Formosa, a terra
onde os meus "amigos" tanto me
perguntavam o que tinha visto no Inter. E naquela manhã eu estava preste a me tornar Campeão Mundial Fifa.
Fiz todo meu ritual, preparei o meu manto e fui pra frente da TV torcer, e torcer muito. Jogo difícil. Pra 99% do mundo, o Barcelona seria o campeão. Mas para nós colorados, isso nunca aconteceria. Eu não preciso nem narrar aquele jogo porque todos os colorados se lembram de cada detalhe, desde a cabeçada dos nossos zagueiros, a entrada do Gabiru.
Mas aí que se encontra a chave da história. No exato momento da substituição, a TV saiu do ar, e eu quase fiquei maluco. Corri pra ligar o rádio, a sintonia não era das melhores, os meus pais ainda estavam dormindo e eu pouco entendia o que acontecia na transmissão. Só sabia que era jogada do Inter pela vontade da narração. Pelo rádio, a bola parece estar sempre no ataque, e aquilo me dava arrepios. Eu tinha que ficar com a mão em cima do rádio pra a sintonia ficar melhor, e assim fiz até o momento mágico do gol do
Gabiru.
Eu explodi
de emoção, parecia uma criancinha: pulava, acordei meus pais, minhas irmãs, pulei o muro de casa pra cornetear o vizinho gremista (ele me diz até hoje que me tornei colorado pra ter rivalidade com ele, mas não foi isso, eu tenho certeza, me tornei colorado por pura identificação e amor). Olhei para a cara do meu vizinho e gritei é gol do Inter (aquele palavrão que vocês estão pensando) é gol do Inter (outro palavrão). Ouvi dele as seguintes palavras:
— O Ronaldinho vai empatar.
Mas não teve essa, deu Inter e todos já sabem disso. Mas eu tive que ver o gol somente depois das 13h. E aquele vizinho gremista ainda teve que pagar uma aposta de ficar com a camisa do Inter pelo tempo que eu ficasse de férias - foram as maiores férias da minha vida.
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