| 03/12/2009 07h41min
Em tom de brincadeira, jornalistas que cobriam o treinamento do Grêmio, no CT de Eldorado do Sul, alguns deles do centro do país, expunham uma única dúvida: que tipo de lesão sofrerá o goleiro Victor, a ponto de deixá-lo fora da partida contra o Flamengo, domingo?
Candidato a melhor jogador em sua posição no Brasileirão, Victor é apontado como obstáculo à vitória do Flamengo, desejo declarado de gremistas que não aceitam ver o Inter campeão.
O comentário sobre lesão faz sentido. Tão titular quanto Victor, o zagueiro Réver está praticamente vetado para o jogo, devido a dores na coxa esquerda. O atacante Jonas, que ainda sente o tornozelo direito, é ausência certa. Rafael Marques, que se queixara de dores na virilha direita, após a vitória contra o Barueri, ainda passará por reavaliação antes da partida. Aos poucos, vai se confirmando a previsão de que o Grêmio terá time misto. O que, segundo garante o presidente Duda Kroeff, não irá retirar do time a disposição de vencer.
Victor exibe desconforto com a situação. Uma atuação destacada no Maracanã terá um duplo efeito. Consolidará seu prestígio junto ao técnico Dunga, a poucos meses da divulgação da lista de convocados para a Copa de 2010 e, simultaneamente, irá desagradar os torcedores, por um eventual benefício ao rival.
– Se eu falhar, é claro que haverá questionamentos. Qual o goleiro que nunca falhou? – pergunta.
Curiosamente, ele não mostra segurança quando perguntado se irá atuar. Explica que, diante de tantas dúvidas levantadas por jornalistas, já nem sabe se estará em campo.
– Jamais pediria para não jogar. Temos imagem a zelar e, acima de tudo, nossa dignidade. É nosso prestígio que está em jogo – discursa.
Não há o temor de uma recepção hostil por parte dos torcedores quando a delegação desembarcar no Salgado Filho, domingo à noite, caso o Inter se torne campeão. Com dois anos de Grêmio, o goleiro acredita já ter feito o suficiente para ser respeitado em qualquer circunstância.
– Só adquiri meu prestígio pelas boas atuações que tive. Meu nome não ficará manchado – confia.
Por coincidência, foi contra o Flamengo, no primeiro turno, a melhor atuação de Victor no Brasileirão. A goleada por 4 a 1 não refletiu as dificuldades defensivas do Grêmio.
– É muito difícil voltar a fazer um jogo como aquele – reconhece Victor.
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