| 27/11/2009 05h30min
Antes que os colorados me acusem de ave de mau agouro, me adianto. Trata-se de um alerta. Prevenir nunca é demais, ainda mais em futebol, um esporte que adora pregar peças nos desavisados. Para vencer um Sport aparentemente morto e sepultado, toda a seriedade é pouca. Quer um exemplo?
Inter e Bragantino, em 1996, no interior paulista. O Bragantino estava tão rebaixado e humilhado como o Sport. E venceu, eliminando o time do técnico Figueroa na última rodada da primeira fase.
Lembro bem porque fui a Bragança Paulista cobrir aquele jogo. O Inter esbanjava confiança. Vinha crescendo de produção. Tudo levava a crer que ganharia entre bocejos. O Bragantino, além dos salários atrasados, nem concentrava mais. Os jogadores chegaram na hora do jogo. Alguns de ônibus.
Menos de uma hora antes do início da
partida o gramado ainda estava sendo cortado por um funcionário.
O clima de fim de festa era total. Nem torcida havia. Para ser exato: 1.045 pessoas foi o público.
Mas quando a bola rolou o Bragantino correu como nunca. O Inter ajudou, é verdade. O centroavante Leandro Machado, que nunca havia perdido pênalti na vida, inventou de errar um justamente naquela tarde de domingo. Kelly, do Bragantino, foi expulso ainda no primeiro tempo.
Nem assim adiantou. O Inter se perdeu na própria ansiedade e levou 1 a 0. O Inter de hoje, como time e clube, é mil vezes melhor do que aquele, de 1996. Claro que a tendência é pelo triunfo de Giuliano e Cia, por uma série de fatores. Mas lembro da tragédia do estádio Marcelo Stéfani, há 13 anos, como alerta.
O futebol é traiçoeiro. Certo está Guiñazu, que chega a exagerar nas declarações de seriedade para o jogo em Recife. A responsabilidade está toda do lado do Inter. Qualquer descuido pode ser fatal. Vou além: o Inter deveria tomar a tragédia de 1996 como lição para espantar
qualquer chance de zebra e chegar à
ultima rodada sonhando com título. A sabedoria está em aprender com os próprios erros.
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