| 09/11/2009 04h50min
Bem pior que o empate do Inter em Barueri, que deixou a equipe com improváveis chances de título e em dificuldades para obter uma vaga à Libertadores, foi a entrevista de Mário Sérgio, ao final da partida. Mais uma vez, o técnico assistiu a uma realidade alternativa.
Irritado com perguntas sobre as reiteradas mudanças na escalação, sem resultados práticos, Mário Sérgio, acusou a imprensa de “direcionar as coisas do Inter para o lado negativo” e passou a desfiar um rol de supostos pontos positivos de sua equipe – fatos que apenas ele parece perceber.
Enquanto reclamava da falta de tempo para reorganizar a equipe, alegando que deveria ter pelo menos seis meses de trabalho (o curioso é que Mário Sérgio aceitou assumir o Inter por apenas 90 dias), o técnico classificou o desempenho de seu time diante do Barueri – que luta por uma vaga à Copa Sul-Americana – como “excepcional”.
– Este negócio de repetir time já acabou há muito tempo. A crítica é sempre em
cima do resultado, está na hora de
reformular isso. Tento ser educado, mas isso (perguntas sobre o tema) irrita – surpreendeu Mário Sérgio.
Até mesmo em seu discurso, o técnico parece ter resumido a sua campanha à vitória no Gre-Nal. Reiterou diversas vezes que o modelo de time criticado pela imprensa é o mesmo que derrotou o Grêmio. E fez uma advertência: as mudanças seguirão sempre que ele desejar mexer no time, conforme a postura do adversário.
– Se não mudasse um time que vinha perdendo para todo mundo (sob o comando de Tite) eu seria omisso. No meu time ninguém vai se meter. Nem imprensa nem ninguém. Não analiso resultado, analiso desempenho – disse.
Mas a entrevista de Mário Sérgio tomaria ares de surrealismo quando ele passou a justificar a queda para a sexta colocação, três pontos atrás do último classificação à Libertadores:
– Sexto, sétimo, oitavo lugar, não tem problema. O problema é não ter soluções, e o Inter as tem.
Quase ao final da
coletiva, o auxiliar técnico Fernando Paiva, filho de Mário
Sérgio, tentou fazer com que os repórteres parassem de fazer perguntas, aos gritos de “terminou, terminou, não tem mais entrevista”. Após o rompante, a assessoria de imprensa do clube pediu que Mário Sérgio prosseguisse.
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