| 07/11/2009 19h47min
Em mais um relato da série Eu Sou Fanático, Luciana Michel conta duas histórias: uma de sua mãe, dona Denise, que não se intimidou com a pressão alta e foi ao Beira-Rio torcer pelo Inter. Na outra, ela conta, orgulhosa, que tem dois filhos coloradíssimos. Envie também a sua história de loucura feita pelo time, de preferência com foto, para o e-mail esportes@clicrbs.com.br, e tenha a aventura publicada no clicEsportes.
Luciana mandou o seu relato e teve suas duas histórias publicada aqui. Você pode fazer o mesmo. Não esqueça de enviar seus dados, como nome completo, idade, ocupação e um telefone de contato.
A mãe colorada
Meu nome é Luciana Michel. E esta é, na verdade, uma história da minha mãe. O nome dela é Denise Monteiro Michel. Tem 60 anos. Nasceu em uma família 100% gremista. Mas desde pequena, minha mãe não simpatizou com o time da Azenha.
Como não queria afrontar diretamente seu pai – meu avô –, por quem ela tinha um amor incondicional, mas também não conseguia torcer para o tricolor, ela virou torcedora do "Renner".
Aos 13 anos, minha mãe começou a namorar meu pai – ele, sim, colorado desde criança. O Renner fechou o futebol, eles casaram, e um dos principais programas do casal sempre foi assistir a jogos do Colorado. Estavam presentes, por exemplo, na inauguração do Beira Rio. Minha mãe virou colorada pela influência e convivência com meu pai, Alfredo. De tanto ir a jogos, começou a ficar cada vez mais colorada, ao ponto de hoje ser mais doente e freqüentar mais o Beira Rio que o meu pai. Ela se tornou sócia colorada muito antes do meu pai....
Mas a história dela mais incrível aconteceu este ano, nas semi-finais da Copa do Brasil. Ela tinha consulta médica no início da tarde, e combinou com uma amiga dela, a Jussara, de irem juntas ao consultório do médico, e depois iriam direto ao Beira Rio – elas tem mania e superstição que têm que ser as primeiras da fila no portão 8.
Bem, iniciou a consulta e o médico foi medir a pressão da minha mãe e levou um susto: estava 23x15. Eu não sei bem como se "representa" estes números, mas são muuuuito altos.
O médico queria internar minha mãe, deixá-la em observação, etc. Aí, sim, que ela quase teve uma crise... Olhava para o médico e dizia:
– Doutor, nem pensar!! Estou indo embora, não posso ficar aqui!
E ele caiu na "bobagem" de perguntar por que ela não podia ficar... E ela, do seu jeito muito sincero, disse:
-Doutor, daqui a pouco tem jogo do Inter, e o Sr pode ter certeza, que se eu não estiver sentada na minha cadeira, na social do Beira Rio, aí sim é que minha pressão vai subir! Vai a 30!!!!
Não teve jeito, nada nem ninguém, que a convencesse que tinha que ficar de repouso, ir para casa, nada! Saiu bem satisfeita, rumou ao Beira Rio, sentou na sua cadeira – ela sempre senta no mesmo lugar – assistiu todo o jogo, xingou, torceu, etc.
Questionada depois, ela disse ao médico em outra consulta:
– Doutor, se o senhor ouvir falar que eu morri em campo, no estádio, pode ter certeza que eu morri feliz! Fazendo o que eu mais gosto – torcer pelo Inter.
Ela continua ainda com problemas de pressão alta, mas vocês podem ter certeza – no próximo jogo, lá estará a mãe, dona Denise Michel, primeira da fila no portão 8 e sentada na mesma cadeira de sempre!”
Os filhos colorados
Meu filho mais velho, Fabrício, quando nasceu, a primeira roupa que vestiu foi um macacão do Inter, camisa 10. Mas este foi fácil – o pai era também colorado.
Assim, meu parto e suas primeiras horas foram filmadas, com ele vestido com as cores coloradas, e eu digo a ele, sempre, que isto serviu para mostrar que ele nasceu colorado – e eu não correr o risco de ele virar depois..... Hoje ele tem 14 anos, frequenta o Beira Rio desde os dois, sempre levado por mim, e hoje assiste os jogos na Popular.
Mas a história boa é a da minha filha mais nova – Manoela. O pai da Manoela é gremista fanático, daqueles que não veste uma roupa vermelha.
Quando a Manoela nasceu, o principal papo entre nossos amigos era a escolha de cores da Manoela. Se ela ia tender para o azul (do pai) ou para o vermelho (da mãe). Mas ela mora comigo... Hehehehe!
Quando ela tinha por volta de 10 meses, o pai dela deu “um conjunto de panelinhas” para ela brincar. A primeira que ela pegou, era da cor “azul”. Ele, todo faceiro, olhou para mim e disse:
– Viu, ela preferiu a azul!!!
Eu aguentei, quietinha....
Por volta dos dois anos da Manoela, a vingança:
O pai dela chegou lá em casa, devidamente trajado com uma camisa tricolor. A Manoela foi recebê-lo na chegada. A reação...
- Pai, "guêmio", que nojo!!!
Ele nunca mais tentou...
Estes dias, fomos almoçar na casa da família dele. A roupa da Manoela?? Ela me pediu para ir vestida "de Inter" da cabeça aos pés!!! E ele teve que engolir.
A Manoela hoje, tem oito anos, e é mais doente pelo Inter até que o irmão. Não perde um jogo, vai ao estádio comigo em todos os jogos do Inter em Porto Alegre, na social do Beira Rio. Já entrou em campo com as “Crianças coloradas”, e tem sonho em entrar de mãos dadas com o D’Alessandro. Inclusive, ela é pé-quente. Meu talismã, como eu brinco com ela. No Gre-NAL que o Inter ganhou de 4x1 no ano passado, ela tinha entrado em campo...
E é isto... Em família colorada, não tinha como ter um "fruto longe do pé".
Luciana mandou os
relatos dela após ver no site a charge com a história da colorada Aline Menéndez Dutra.
• Confira a loucura dela na
animação:
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