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 | 06/11/2009 05h30min

A inexplicável reserva de Marquinhos no Inter

Diogo Olivier  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Foto: Jefferson Botega




Colhi a seguinte informação ontem, no Beira-Rio. Marquinhos não deve ser o companheiro de Alecsandro contra o Barueri, no domingo.

Como a dupla de centroavantes de referência Alecsandro e Alan Kardec não funcionou diante do Botafogo — não por culpa deles, mas por ocuparem o mesmo espaço no ataque —, imaginei que pudesse ter chegado a hora de Marquinhos. Taison não vive boa fase. Edu volta de lesão muscular. Futebol, como adoram dizer os técnicos, é momento.

Bem, se futebol é momento, não dá para entender os motivos que levam o técnico Mário Sérgio a deixar Marquinhos no banco. Não é justamente esta a hora, faltando cinco rodadas e precisando ir para o tudo ou nada, de colocar em campo quem está resfolegando feito touro antes de estraçalhar o toureiro?

Marquinhos entrou no jogo contra o Fluminense e marcou um golaço de fora da área em pleno Maracanã. Depois, no Gre-Nal, a partir do seu ingresso, o Inter teve mais posse de bola e terminou o jogo soberano, sem sofrer riscos.

No Morumbi, novamente Mário Sérgio o requisitou para o segundo tempo. Repetiu-se o filme: o time cresceu de produção e só não empatou por obra do goleiro Bosco, que inclusive operou um milagre em arremate dele, Marquinhos. O time inteiro teve boa atuação, é verdade, mas só o fato de não sentir o peso em uma situação assim já é indicativo promissor para um jogador de 19 anos.

Como se vê, sempre que é chamado, Marquinhos dá resposta. E sempre em pedreira: Maracanã, Gre-Nal, Morumbi. Pelo que se viu dele até agora, o gaúcho de Selbach é atacante de recurso técnico. Pode marcar gol dando um leve toquinho por sobre o goleiro, como nos 4 a 0 sobre o Goiás, ainda sob o comando de Tite. Mas também enfia o pé na bola de longe, como no Maracanã.

Marquinhos deveria ter sido titular já contra o Botafogo.

Mas não entrou nem no segundo tempo, mesmo que a experiência com dois atacantes tenha se revelado inóqua desde o início. Até Bolaños foi chamado do banco, menos ele.

Não chego ao ponto de dizer que daqui a pouco Marquinhos vai virar o Douglas Costa do Beira-Rio, entrando só no segundo tempo de jogos encardidos, sem direito a uma boa sequência para se firmar no time. Mas a se confirmar a ausência de Marquinhos contra o Barueri, quem sabe até durante o jogo, Mário Sérgio está dando sopa para o azar nesta reta final de gols escassos.

Não é todo dia que surge no grupo um jovem atacante tão desassombrado diante da adversidade como Marquinhos.

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