| 23/10/2009 07h12min
Se fosse um filme, o roteiro já estava pronto. O clássico que simbolizava os 100 anos do duelo entre os maiores rivais do Rio Grande do Sul teve todos os ingredientes de uma superprodução cinematográfica. Emoção, suspense, dramaticidade e um final feliz, mas só para a torcida do Grêmio. No primeiro Gre-Nal, a vitória Tricolor foi de 10 a 0. Um século depois, o placar foi apenas de 2 a 1. Mas o suficiente para enlouquecer a nação tricolor.
Vindo de um jejum de sete clássicos sem conseguir bater o maior rival, o Grêmio enfrentaria o favorito Inter no Estádio Olímpico pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. Depois de sofrer a quarta derrota consecutiva em clássicos, Celso Roth havia sido demitido do cargo de treinador do Grêmio. O Gre-Nal do dia 19 de julho de 2009 era o primeiro com Paulo Autuori no comando da equipe tricolor.
A grande surpresa de Autuori para o jogo foi a entrada do garoto Mário Fernandes na lateral-direita, já que Thiego estava suspenso por ter levado cartão vermelho na rodada anterior. Rafael Marques entrou na defesa no lugar de Léo, que igualmente cumpria suspensão. Recuperados, Réver e Adilson foram a campo. Já o técnico Tite apostou na dupla de armadores formada por Andrezinho e D'Alessandro para chegar a quinta vitória seguida sobre o Grêmio.
Os primeiros minutos após o apito inicial do árbitro Leonardo Gaciba foram de muito equilíbrio. Aos 14 minutos, Sorondo obrigou Victor a uma grande defesa após um cabeceio. Mas, 10 minutos mais tarde, nem o grande goleiro do Grêmio conseguiu superar a qualidade de Nilmar no arremate. Em um contragolpe, o atacante colorado bateu Souza com um jogo de corpo e colocou no ângulo da meta tricolor. Festa vermelha no Olímpico: 1 a 0 Inter.
Considerado o melhor elenco do Brasil, o Inter passou a tocar a bola e irritar os gremistas, que corriam de um lado para o outro sem conseguir retomar a posse. Porém, a história começou a tomar outros rumos a partir dos 35 minutos da primeira etapa. Guiñazu cometeu falta em Souza, na intermediária colorada. O camisa 8 do Grêmio chamou a responsabilidade, enquadrou o corpo e fez uma cobrança magistral. Um golaço: 1 a 1.
Com a igualdade no marcador, o Estádio Olímpico ferveu. A torcida gremista parecia sentir que havia chegado a hora de colocar um ponto final na longa invencibilidade colorada em clássicos.
Depois do intervalo, o Grêmio veio com tudo. E o gol da vitória saiu aos 24 minutos. Souza cobrou escanteio, a bola sobrou para Réver, que encheu o pé. Não fosse a presença de Guiñazu, o zagueiro seria o heroi da virada gremista. O argentino colorado interceptou o chute. Mas o destino já estava traçado e a bola veio justamente para o lado onde estava o centroavante Maxi López. O argentino gremista enfiou a cabeça e levou os gremistas ao delírio: 2 a 1.
– O da vitória acaba sempre marcando. Esse dos 100 anos foi o melhor Gre-Nal. O segundo gol foi marcante, estávamos perdendo o clássico, conseguimos virar, e eu tive a felicidade de participar do gol, isso foi o que mais me marcou nesse clássico – lembra o zagueiro Réver, que já disputou sete clássicos e obteve somente uma vitória até agora.
O Grêmio poderia ter ampliado o marcador no final, não fosse o chute do aniversariante Herrera ter parado na trave esquerda de Lauro. No final, o Inter pressionou. Mas, 100 anos depois dos 10 a 0, nada mudou no Rio Grande do Sul. Pelo menos para os gremistas.
CLICESPORTES
Maxi López e Tcheco comemoram com a torcida a vitória de virada no Gre-Nal dos 100 anos
Foto:
Diego Vara
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