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 | 22/09/2009 15h10min

O 3-5-2 como remédio para a sangria de gols do Inter

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br


 









Sejamos práticos.

O emergencial para o Inter de Alecsandro (foto) neste momento é estancar a sangria de gols. Levar 32 em 25 jogos é um assombro. Não há como ser campeão com a própria área transformada em cortiço no qual todo mundo entra e sai quando bem entende. Trata-se ambulância com sirene gritando. Urgência mesmo. Então, contra o Universidad, pela Copa Sul-Americana, o Inter deve aproveitar o ensejo e fazer um teste antes de enfrentar Adriano e sua corte no domingo.

Antes de enfrentar o Flamengo em alta no próximo domingo, o técnico Tite deve retirar um dos armadores, D'Alessandro ou Andrezinho, e acrescentar um zagueiro ao time amanhã. Em resumo: 3-5-2 para proteger o pobre goleiro Lauro, submetido a um massacre a cada jogo.

Foi com um humilde 3-5-2 que o Inter superou um momento de instabilidade ao vencer o Goiás por 4 a 0 no Beira-Rio. Alinhou Índio, Bolívar e Fabiano Eller, postou Magrão e Guiñazu à frente deles e Lauro teve uma noite tranquila. Agora não há mais Magrão e nem Giuliano, um meia com pulmão de volante para ajudar na marcação. Mas não importa. O mais importante para o técnico Tite neste momento é se defender melhor.

O esquema com três zagueiros tem a vantagem de reduzir as deficiências de marcação dos alas, no caso Danilo Silva e Kleber.

Kleber torna-se um misto de meia e atacante pela esquerda, ajudando a compor o setor de meio-campo. Sua produção ofensiva compensa eventuais ausências na defesa. Que Guiñazu guarde posição e vigie os seus avanços. Contra o Goiás, até gol Kleber fez. Danilo Silva, se não acrescenta muito na parte ofensiva, ao menos pode ter sua velocidade de corredor de 100m explorada ao máximo, abrindo o campo de jogo. Não resolve o problema da lateral-direita, mas ameniza.

Se Edu entrar no ataque ao lado de Alecsandro, uma providência que o técnico Tite está estudando com bastante carinho, a bola aérea pode render bons dividendos, caso os dois alas consigam comparecer ao fundo do campo. Kleber, especialmente, tem no cruzamento um ótimo fundamento. Alecsandro e Edu são bons cabeceadores. E o 3-5-2 oferece um zagueiro a mais na bola parada ofensiva.

Bem, mas todas estas minúcias são irrelevantes perto de um objetivo maior para um Inter que caiu tanto de rendimento no segundo turno e, portanto, precisa deflagrar um novo paradigma para si mesmo. E este marco é o seguinte: definir como meta principal parar de levar tantos gols.

O 3-5-2 pode ser um caminho. E o Universidad, do Chile, é um bom teste antes do Flamengo. Vale lembrar: vitória no domingo, combinada com enfrentamentos dos candidatos ao título e G-4 (São Paulo x Corinthians e Goiás x Grêmio, por exemplo), podem renovar o ambiente. Mas antes é preciso decidir que o mais importante, agora, é mesmo estancar a sangria de gols.

E agir de verdade, em vez de apenas apontar erros e dar entrevistas.


 
 

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