| 10/08/2009 05h10min
Quando o Grêmio empatou com o Palmeiras em 1 a 1, escrevi que era um resultado ruim. Apesar da boa atuação e mesmo sendo fora de casa contra um adversário qualificado. Não entendia o que se comemorava, se ao não
vencer a diferença para o líder do campeonato (o próprio Palmeiras) seguia em 10 pontos.
Parecia falta de ambição de
brigar pelo título. Cheguei a perguntar qual Grêmio enfrentaria o Barueri, se o dos 30 minutos iniciais péssimos do Parque Antártica ou o do ótimo segundo tempo.
A derrota por 1 a 0 para o Barueri é o castigo por esta lógica errada. O Grêmio desistiu do título cedo demais. Só se vê a direção e os jogadores fazendo cálculos em G-4.
Dentro deste contexto, empatar com o Palmeiras é mesmo um bom resultado. Depois, bastava enfim vencer a primeira fora diante do Barueri e derrotar o Flamengo no Olímpico, já que o aproveitamento em casa é espetacular. Em tese, para efeito de G-4, perfeito. Para ser campeão, péssimo.
Quem mira o título pode errar o alvo e acertar o G-4. Mas quem mira o G-4 pode acertar da Sul-Americana para baixo.
O problema de estabelecer o G-4 como meta principal é se enredar em uma armadilha: de ir reduzindo as suas exigências
no campeonato. A necessidade de contratações fica mascarada. O pensamento
mágico passa a ser mais ou menos assim: "Ah, mas com este e aquele, para conquistar vaga na Libertadores, dá para o gasto. Os outros times não estão muito melhor".
Agora, com a ausência de vitórias fora de casa no primeiro turno, o Grêmio entra sob pressão diante do Flamengo e em todos os confrontos no Olímpico. Qualquer tropeço, mesmo um empate, passar a ser trágico.
É o castigo pela falta de ambição.
Que a derrota para o Barueri sirva de lição. Apesar da distância para a parte de cima da tabela, o Grêmio deve entrar o segundo turno pensando em ser campeão. Mesmo que seja quase impossível. Não importa. O objetivo tem que ser alto.
Felipe Mattione e Leandro, se vierem mesmo, são bons reforços para a lateral-direita e o ataque. Mas ainda é pouco. Em um torneio longo como o Brasileirão, é preciso estar sempre atento ao mercado para reforçar o grupo.
Sem Tcheco e Souza, como será no
domingo, quem é capaz de manter um padrão mínimo de atuação? E se o
argentino seguir com as dores musculares que o tiraram do segundo tempo em Barueri?
O Grêmio precisa pensar grande e falar em título, apesar dos problemas financeiros. Do contrário, pode errar o alvo do G-4 e acertar só na Sul-Americana.
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