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 | 06/08/2009 11h57min

Nos 25 anos do ouro em Los Angeles, Joaquim Cruz critica atletas de hoje

Ex-corredor diz que foco está na parte financeira e não nas competições

O atleta Joaquim Cruz entrou para a história do esporte brasileiro. Ele foi o primeiro representante do país a conquistar o ouro olímpico em provas de pista, em Los Angeles-1984. Nesta quinta-feira, se comemora os 25 anos deste feito inédito – o primeiro lugar nos 800m rasos. Em meio ao escândalo de doping que abalou o atletismo brasileiro, Joaquim criticou outros problemas que vê nos atletas brasileiros de hoje. E rasgou elogios ao medalhista de ouro nos 50m e nos 100m livre da natação, César Cielo.

– Hoje percebo que muitos atletas priorizam a parte financeira e se esquecem de competir. O atleta precisa demonstrar essa vontade de melhorar a cada dia. Vejam o César Cielo. Ele é um excelente exemplo. É legal ver um brasileiro liderando uma prova tão disputada como os 100m e os 50m da natação. A maior preocupação de um atleta deve ser se aprimorar e competir – afirmou ao GloboEsporte.com..

Cruz precisou de apenas 1m43s para estabelecer, na época, um novo recorde mundial. Com 21 anos na data do feito, ele podia até não ter muita noção da importância que ganharia o Brasil, no entanto, hoje, ele sabe que muitas cosias mudaram. Como o próprio diz, para melhor.

– Fico feliz de ter vivido as principais mudanças no atletismo. Participei do primeiro meeting no Brasil, em 1985, realizado em São Paulo. Hoje temos etapas importantes do Grand Prix no Rio de Janeiro, Belém e Fortaleza, além de eventos do calendário internacional em outras cidades brasileiras. Sou de uma época em que não havia pistas em condições de receber provas internacionais. Hoje essa realidade mudou, para melhor – acredita.

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT) fizeram questão de parabenizar o atleta pelo ouro olímpico, conquistado no dia 6 de agosto de 1984. Antes dele, apenas Adhemar Ferreira da Silva havia conseguido um marco tão importante para a história do atletismo: os dois ouros no salto triplo, em Helsinque-1952 e em Melbourne-1956.

– Além do feito histórico para o esporte brasileiro, o Joaquim Cruz é um exemplo a ser seguido por todas as gerações de atletas, dentro e fora das pistas. O fato de o COB ter escolhido o Joaquim Cruz para acender a pira dos Jogos Pan-americanos Rio 2007 é uma demonstração do nosso reconhecimento ao que ele representa para o esporte brasileiro. Assim, nada mais justo do que ressaltar os 25 anos daquela inesquecível conquista – disse o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

 
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