O Inter trouxe a taça da Copa Suruga, US$ 600 mil no bolso e muita preocupação. Não bastasse o desgaste de atravessar o mundo para ficar quatro dias, os jogadores ainda foram submetidos ontem a uma noite de sauna japonesa. Sem eucalipto.

Faltou forças ao Inter até para dar uma volta olímpica. Os jogadores trotaram até o ponto onde estava a torcida brasileira, fizeram uma saudação e tomaram lentamente o caminho do vestiário. Tudo porque quando a partida começou, a temperatura era de 29,5ºC. Até aí tudo bem. O problema era a umidade do ar, na casa dos 75%. A combinação deixava a simpática Oita com o clima da paraense Belém. Para completar, os organizadores decidiram manter o teto retrátil do Estádio Big Eye fechado. Receavam a chuva e mais danos ao castigado gramado.

O calor era tão sufocante que aos 25 minutos de jogo o centroavante Alecsandro e o zagueiro Sorondo travaram um diálogo quase surreal em campo.

– Estou morto – disse o atacante.

– Pensa que é só tu? – retrucou o uruguaio.

Depois do jogo, Alecsandro revelou que pensou até em pedir substituição. O zagueiro Bolívar comparou o clima no estádio a um ginásio no verão de Porto Alegre.

– Era um bafo só – resumiu.

Os jogadores deixaram o gramado com as camisas empapadas. Tite, de paletó, transpirava litros de suor. Sua camisa vermelha havia ficado cor de vinho de tão ensopada. Com uma pequena toalha, o técnico enxugava o suor e as lágrimas de emoção pelo título dedicado ao pai, morto na quinta-feira passada.

Mesmo depois do banho no vestiário, os jogadores ainda exibiam cansaço. Índio concedeu entrevista escorado em uma grade de ferro. Uma das fortalezas físicas do grupo, o zagueiro estava desgastado pelo calor. O capitão Guiñazu, que treina de moletom no verão de Porto Alegre, saiu de estádio em Oita reclamando:

– Nem no Brasil é tão quente assim.

Esgualepados, embarcaram no fim da noite de ontem de volta para casa. A viagem levará 42 horas e terá um consolo: os aviões e os aeroportos contam com eficiente ar-condicionado.

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