Foi o risco iminente de uma lesão muscular a causa da saída do lateral-direito Mário Fernandes do time do Grêmio. Com pouca base física, o garoto de 18 anos deixou em alerta a comissão técnica por sentir cãibras no segundo tempo dos jogos e levar mais tempo do que os outros jogadores para recuperar-se do desgaste das partidas. Contra o Sport, em sua estreia, chegou a passar mal no vestiário.

Um monitoramento realizado por fisiologistas, fisioterapeutas, nutricionistas e preparadores físicos, que incluía coleta diária de sangue e urina, apontou a necessidade de um trabalho intensivo de recondicionamento, iniciado ontem. Mário só voltará a ser liberado para o jogo contra o Flamengo, dia 16, pela última rodada do primeiro turno.

Faltava ao jogador o que os preparadores chamam de lastro físico. Em janeiro, depois da Taça São Paulo, Mário foi promovido aos profissionais do São Caetano. Em março, após transferir-se para o Grêmio, desapareceu por quatro dias, com problemas emocionais. Retornou em maio, desta vez para atuar nos juniores. Só em junho, após passar pela seleção sub-20, passou a trabalhar com os preparadores físicos do time principal.

– Eu estava cansado. Depois daquele problema em março, fiquei quase dois meses parado – justifica.

Mário sucumbiu ao calendário apertado. Entre 19 e 30 de julho, atuou em quatro partidas. Algumas de suas reações em campo mostraram ao técnico Paulo Autuori e ao preparador Gilvan Santos que algo não ia bem.

– Percebemos que, no final dos jogos, ele ficava mais nos cantos, procurando se proteger. Concluímos que ele precisava melhorar a resistência e ganhar mais força – diz o preparador.

O calendário de recondicionamento, definido por Gilvan como microciclo de choque, prevê o próximo domingo como único dia de recuperação. Cada sessão de trabalho, que inclui esteira, aparelhos de musculação e atividades de campo, irá durar de 90 a 120 minutos. Um cardápio específico foi desenvolvido pelo serviço de nutrição. Mário, que só costuma almoçar no Olímpico, também começará a jantar no refeitório.

– Amanhã ele vai acordar com a perna pesada. Mas, quando voltar, estará no mesmo nível de todo o grupo – prevê Gilvan.