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 | 25/07/2009 05h10min

É hora de a direção agradecer à torcida e ousar

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

 Alexandre Lops, Divulgação









Quando começaram as suspeitas de que Nilmar seria vendido, escrevi que nada poderia ser tão terrível para o Inter neste momento de crise técnica e emocional do que perder o seu melhor jogador agora.

Os espanhóis do Villarreal devem ter avançado na proposta dos alemães do Wolfsburg — os valores ainda são um mistério — e o tiraram do Beira-Rio. Em queda livre no Campeonato Brasileiro, com sinais de descontrole no vestiário, agora o Inter abre litígio direto com a torcida ao vender o seu maior ídolo.

Com a venda de Nilmar, o Inter atinge o seu pior momento na temporada.

Nilmar era o único a se salvar inteiramente do processo depressivo que infestou o time desde a derrota da Copa do Brasil para o Corinthians. Com ele, a retomada parecia difícil. E agora?

Ninguém mais é ingênuo no futebol para deixar de admitir a necessidade da venda de jogadores com alguma assiduidade como forma de manter o equilíbrio financeiro. A questão é a oportunidade. Não sei dizer qual seria o melhor momento para se desfazer do seu goleador, mas o pior foi o escolhido pelo Inter. 

O Inter tem uma saída. Só uma. Precisa anunciar um substituto o mais rápido possível. Mas não pode ser reposição. Tem que ser um atacante com "A" maiúsculo.

Tem que ser um nome capaz de sinalizar ao torcedor que a ousadia de ser campeão brasileiro depois de 30 anos é mais importante do que a parte financeira imediata, agora solucionada com sobras pela venda de Nilmar.

Os dirigentes não têm do que se queixar. Imploraram pela marca dos 100 mil sócios. Apesar das derrotas na Copa do Brasil e Recopa, foram atendidos. Só aí são, por baixo, cerca de R$ 40 milhões anuais. Fiz este cálculo aqui na coluna ainda em maio: dá um Pato por ano.

Depois de a torcida fazer a sua parte, chegou a hora de a direção retribuir com um mínimo de ousadia. O melhor seria anunciar o substituto, no máximo, ao final do jogo de hoje contra o Botafogo, no Rio. E tem que ser um nome do tamanho da resposta da torcida colorada para chegar aos 100 mil sócios.


 

 
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