| 23/07/2009 14h10min
A derrota para o Avaí por 1 a 0 escancarou um problema que começa a ganhar contornos preocupantes no Olímpico, para além da queda de rendimento nos jogos fora de casa.
O Grêmio é dependente demais do futebol de Souza. E a cada jogo esta dependência se acentua.
Se ele está bem, como no Gre-Nal, sem problemas. O gol sai, o resto do time o acompanha e a vitória se encaminha. Mas se Souza naufraga feito ontem, na Ressacada, o Grêmio afunda com ele. E todos, ou quase todos, se afogam.
Contra o Goiás, o Grêmio poupou Souza para a Libertadores. Era um sábado, e havia o Cruzeiro pela semifinal da Libertadores na quarta-feira, no Mineirão. Lembram como foi? O Goiás dominou e só não ganhou por 2 a 1 no Olímpico por que
Maxi López descobriu um gol de cabeça nos acréscimos, na base da pressão e da bola erguida na área.
Contra o Coritiba, Souza não jogou. Forçou o terceiro cartão amarelo para não correr risco de ficar fora do Gre-Nal. Nova derrota, por 2 a 1. Ontem, ele estava em campo, mas teve uma atuação distante do seu padrão mínimo. Tcheco sumiu. Os volantes Túlio e Adilson foram marcados, e a criação desapareceu. Derrota, de novo.
É um problema que o técnico Paulo Autuori precisa resolver. Não é bom depender tanto assim de um único jogador. Há outras questões para o Grêmio solucionar se quiser disputar o título brasileiro. A transfiguração fora de casa, quando o time desaba de rendimento e perde para adversários da ponta de baixo da tabela, é só um deles. Em seis jogos, são cinco derrotas.
A continuar nesta média, o Grêmio não vai a lugar algum.
Outro ponto, que já referi aqui na coluna: a direção precisa entregar ao técnico Paulo Autuori um lateral-direito para
equilibrar as jogadas pelos flancos. Mário Fernandes tem só 18 anos e é
zagueiro. Bom zagueiro, aliás. É até injusto fixá-lo na posição apenas por que está dando certo.
O Brasileiro de pontos corridos é assim. Não adianta ganhar os três pontos no Gre-Nal, apesar de todo o significado simbólico do clássico, e depois não ter forças para superar uma adversário tão inferior tecnicamente como o Avaí apenas em razão do fator local.
Se o Grêmio consegue se impor de forma tão contundente no Olímpico, não há motivo lógico para deixar de fazer o mesmo longe de Porto Alegre.
É nisso que o torcedor tem que acreditar. É em cima disso que Autuori tem que trabalhar.
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