A venda de Nilmar ao Wolfsburg, atual campeão da Alemanha, poderá ser confirmada hoje. Até ontem à noite, o único empecilho para o fechamento do negócio era o procurador do jogador, Orlando da Hora. Ele buscava garantias de que irá receber do Inter uma quantia não paga quando do retorno do centroavante ao Beira-Rio, em 2007. O clube não reconhece a dívida. O valor final do negócio deverá ser de 15,5 milhões de euros (R$ 42,1 milhões). O Inter receberia 10 milhões de euros (R$ 27,2 milhões), o investidor Delcyr Sonda embolsaria 3 milhões de euros (R$ 8,1 milhões) e Orlando da Hora outros 2,5 milhões de euros (R$ 6,8 milhões), sem falar na diferença a que ele diz ter direito. O contrato teria duração de cinco anos.

Responsável pela ida de Carlos Eduardo, ex-Grêmio, para o Hoffenhein, da Alemanha, em 2007, a empresa alemã Rogon está envolvida no negócio, apesar das negativas de seus representantes.

Nilmar é uma indicação do técnico do Wolfsburg, Armin Veh. Em entrevista ao jornal alemão Bild, o treinador fez elogios ao jogador e recomendou sua contratação, apesar de satisfeito com o desempenho da dupla formada pelo brasileiro Grafite e pelo bósnio Dzeko, que esteve nos planos do Milan. Conforme o Bild, a oferta seria de 14 milhões de euros (R$ 38 milhões).

— Ele é meu melhor candidato — afirma Veh.

Até ontem à noite, nenhum dirigente do Inter confirmava a negociação.

— Só quem fala esses assuntos no clube é o presidente Vitorio Piffero. Por enquanto, não recebemos qualquer informação — disse Giovani Luigi, diretor de futebol do Inter.

O empresário Jorge Machado, um dos intermediários do negócio, havia viajado da Alemanha para Portugal, e também não atendeu telefonemas. Na semana passada, ele havia confirmado o interesse do Wolfsburg, mas disse que a proposta do clube alemão ficara abaixo do pretendido pelo Inter.

— Tínhamos interesse, mas o negócio não se confirmou. Fica difícil dizer algo neste momento. Prefiro aguardar as próximas horas — disse ontem um empresário ligado ao Wolfsburg, sem desmentir a negociação.

Esta será a segunda despedida de Nilmar do Inter. A primeira ocorreu em agosto de 2004, quando o jogador foi vendido ao Lyon, da França. Dia 17 de setembro de 2007, o Inter adquiriu 30% de seus direitos federativos e o trouxe de volta ao Beira-Rio. No ano passado, a direção recusou uma oferta de 15 milhões de euros feita pelo italiano Palermo. Na semana passada, também foi descartada uma proposta de 13 milhões de euros do Villarreal, da Espanha.

— Quando saí da primeira vez, os jogos do futebol francês nem eram transmitidos para o Brasil. Agora, seria uma saída diferente. Penso na Copa do Mundo e não gostaria de ficar longe da Seleção Brasileira — afirma o centroavante.