| 08/07/2009 12h50min
Foto: Carlos Edler, 29/4/2009
Se o Wolfsburg oferecer mesmo R$ 40,9 milhões por Nilmar (foto), vamos combinar: nem o mais apaixonado e irracional colorado há de condenar a direção por vendê-lo. Não há como segurá-lo diante de uma oferta assim.
No ano passado, o Inter viu-se obrigado a comprar 40% de seus direitos econômicos ao recusar uma proposta oficial do Palermo de 15 milhões de euros. Uma pequena loucura que se pagou com sobras no embalo do título da Copa Sul-Americana e do Gauchão invicto. Sem falar na liderança isolada do Brasileirão, basicamente obra dele.
A pergunta, assim, é a seguinte: como será a vida sem Nilmar?
O equatoriano Bolaños foi buscado no harem de
jogadores do empresário Delcir Sonda já pensando nisso. Mas Bolaños não é Nilmar, como se sabe. E, por mais que nos últimos anos o Beira-Rio tenha mesmo se revelado um celeiro de ases, como indica a letra do hino, não se pode exigir reposição imediata de um extraclasse de uma hora para outra.
Então, o que fazer? Arrisco uma sugestão: mudança de esquema.
O atual modelo tático esgotou-se. Foi montado em nome de seus atacantes talentosos e velocistas. Uma linha de quatro atrás, com laterais quase zagueiros pelos lados. Três volantes logo adiante. Tudo em nome de Taison e Nilmar. E, também, para dar liberdade de movimentação a D'Alessandro. O argentino está em má fase, agora que retorna de lesão. É verdade. Mas sua importância para o esquema, especialmente na conquista da Sul-Americana, é indiscutível.
Só que, sem Nilmar, o perfil da equipe precisa mudar. Será urgente compensar a perda
de força ofensiva.
Como? Assim: um
quadrado clássico. Dois volantes escolhidos entre Sandro, Magrão e Guiñazu. Dois meias, Andrezinho e D'Alessandro. Outra providência é soltar Kleber pela esquerda, apostando na cobertura eficiente de Guiñazu. Hoje, Kleber é subutilizado. Com a sua capacidade técnica, poderia dar boa contribuição se jogasse mais adiantado.
Como me disse certa vez Guiñazu após um treino, acerca exatamente de jogar sem Nilmar, convocado para a Seleção Brasileira, o que não pode é alimentar o sentimento de orfandade:
— E quando ele se for, como vai ser? Não podemos ficar chorando pelos cantos. Esse é o primeiro passo para substituir um grande jogador com ele. A vida segue, fenômeno.
Nilmar é ótimo, mas o Inter sobreviveu a Fernandão e Pato, só para ficar nas vendas mais recentes e emblemáticas para o Exterior. Como bem diz Guiñazu, o filósofo da Padre Cacique: é vida que
segue.
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