| 01/07/2009 05h30min
foto: Jefferson Botega, 11/04/2009
Nesta história do dossiê montado pelo vice de futebol Fernando Carvalho sobre a arbitragem, de olho na decisão da Copa do Brasil contra o Corinthians, hoje à noite, há um aspecto que restou inexplorado.
Do ponto de vista do seu projeto de presidir o Clube dos 13 com a benção de Fábio Koff em 2010, o DVD é um gol contra para o ex-presidente do Inter.
O Corinthians é um grande clube, tem uma torcida gigantesca e é de São Paulo, estado onde tudo é contado na base das dezenas de milhões de reais. Estala-se os dedos e
aparece um superpatrocinador. Parque São Jorge rima com poder, embora o sentido literal indique o contrário. É este poder que dá ao
Corinthians força no Clube dos 13.
Até o episódio do DVD, Carvalho mantinha intacta a imagem idílica para efeitos políticos: dirigente vencedor, diplomático, perfil sob medida para comandar a entidade. Além da reconhecida capacidade de gestão, seu nome era totalmente descolado da rivalidade entre o trio de ferro paulista (São Paulo, Palmeiras e Corinthians) e os grandes do Rio (Flamengo, Vasco e Fluminense). Isso sem falar no Santos e no Botafogo. E, também, nas próprias diferenças entre cariocas e paulistas de um modo geral.
O episódio do DVD e o enfrentamento explícito com o Corinthians afeta esta imagem.
Em 2005, houve o episódio da anulação dos 11 jogos contaminados, segundo o Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), pela arbitragem de Edílson Pereira de Carvalho, acusado de integrar um esquema de manipulação de resultados com o empresário Nagib Fayad. À época, Carvalho era o presidente do Inter
e entrou firme na briga. Ameaçou entrar na
Justiça para contestar o título dos paulistas e voltou atrás a tempo de não correr os riscos de sanções da Fifa por buscar guarida na Justiça Comum.
Mas aqueles eram tempos de MSI e de Alberto Dualibi, depois defenestrados pelo próprio Corinthians. No final do imbróglio, o saldo foi até positivo para Carvalho, em razão da torrente de denúncias de corrupção que desabou sobre o comando no Parque São Jorge. Agora, é diferente.
Andres Sanchez está em alta como presidente do Corinthians. Tirou o time da Série B, ganhou o Campeonato Paulista e contratou Ronaldo Fenômeno. Ontem, Sanchez lamentou que a atitude do DVD tenha partido de um diretor do Clube dos 13 tão próximo a Koff — uma alfinetada explícita. Portanto, o DVD foi ruim para o projeto político de Fernando Carvalho. Já o torcedor do Inter, que não quer vê-lo próximo da entidade máxima dos clubes brasileiros e distante do Beira-Rio, deve ter gostado da iniciativa.
Dependendo do
resultado da grande final desta noite,
gostará mais ainda.
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