| 29/06/2009 05h10min
Terminada a rodada sem importância para corações e mentes gremistas e colorados, contra Sport e Coritiba, vamos ao que realmente interessa: virar em casa um jogo de 180 minutos no qual Inter e Grêmio estão perdendo por dois gols de diferença. O Grêmio levou 3 a 1 no Mineirão, o Inter perdeu por 2 a 0 no Pacaembu. Refresco a memória para o caso de algum alienígena visitar a Terra por estes dias desatualizado das questões mais relevantes da Província de São Pedro. Nem a primeira vítima de gripe A ou a morte de Michael Jackson mobilizam tanto os gaúchos quanto os jogos diante de Corinthians, quarta-feira, e Cruzeiro, no dia seguinte. É final e semifinal, Copa do Brasil e Libertadores. Mas tem um problema aí que me preocupa.
Fala-se muito em caldeirão, batalha épica, heroísmo, jogo de DVD e por aí afora. Mas
só isso não vai adiantar. Inter e Grêmio
precisam jogar mais do que vêm jogando.
No caso do Inter, que vem antes, quarta-feira, há duas questões. Cujos desdobramentos se espraiam pelo time inteiro: o meio-campo.
1) Lesionado, Sandro está fora. O reserva imediato é Glaydson. Que, convenhamos, não inspira confiança em ninguém, ao menos do ponto de vista individual. Quem defende Glaydson o faz só pela manutenção do sistema tático. Com ele, Tite segue no tal losango, com Magrão e Guiñazu armando e defendendo pelos lados e D'Alessandro adiantado, juntando-se à Nilmar e Taison.
Por isso há resistência ao seguinte meio-campo: Magrão, Guiñazu, Andrezinho e D'Alessandro. Andrezinho nas funções exercidas por Magrão ou Guiñazu nunca foi bem. Ele se supera quando substitui o argentino. Mas nesta hipótese, mais ofensiva, teríamos um tradicional quadrado de meio-campo, com dois volantes bem definidos e dois meias mais
definidos ainda. Andrezinho exerceria função diferente, portanto.
2) A arbitragem. O vice de futebol Fernando Carvalho divulga hoje o seu dossiê apontando erros em série a favor do Corinthians. Em campo, os jogadores não podem perder o foco. Se o Inter reclamar demais do juiz pode esquecer do jogo e, pior, terminar com um a menos. Se com 11 já é dureza, imagine com 10.
3) O Corinthians vai marcar o campo inteiro o jogo todo. Sem movimentação constante e altíssimo acerto no passe por parte do Inter, a retranca do técnico Mano Menezes fica quase intransponível.
No caso do Grêmio, três questões precisar ser atacadas.
1) Os gols perdidos. Não precisa ser o gênio da lâmpada para perceber que o Grêmio precisa arrumar um jeito de não errar tanto na cara do goleiro. Às vezes, sem o goleiro, como Alex Mineiro.
2) As costas de Fábio
Santos. No Mineirão, o Cruzeiro passeou por ali. Thiego deu conta do recado na lateral-direita, mas Fábio
Santos naufragou. É preciso reforçar a marcação no lado esquerdo da defesa.
3) Alguém precisa vigiar Ramires. Deixá-lo solto, movimentando feito azougue e puxando contra-ataques é suicídio, como se viu na Copa das Confederações vencida pela Seleção Brasileira.
Torcida é fundamental, mas não entra em campo. Grêmio e Inter precisam jogar mais do que vêm jogando. Do contrário, na próxima semana será o Brasileirão e nada mais.
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