| 27/06/2009 05h10min
Nem tudo o que acontece no Beira-Rio e no Olímpico sai nos jornais, aparece na TV e na internet ou é contado nas emissoras de rádio. Sobretudo em semanas como a que passou. De uns dias para cá, você lembra de ter ouvido algo que não seja a polêmica do suposto racismo de Maxi López no Mineirão ou as explicações do Inter para a ausência de vitórias em junho? Pois bem: ofereço algumas alternativas de bastidores.
Vamos a elas:
Mário, o zagueiro Doril
Jogador de futebol, salvo raríssimas e bem identificadas exceções, brigam com a criatividade para dar entrevistas. Às vezes, nem é o caso do vocabulário limitado pela infância pobre, que reduz as chances de garantir assento em bancos escolares. Tem também a paranóia do politicamente correto e o medo de dizer algo fora do lugar. Mas
se falta criatividade na entrevista, sobra na hora de distribuir apelidos.
O lateral Ruy é Cabeção, por conta de sua vasta área capilar e enorme distância entre as orelhas. O volante Edinho, ex-Inter, era Bob Esponja. Maxi López, loiro de olhos azuis, é Xuxa. Já ouviu até "Ilariê" no avião. Mas esta semana veio o mais espetacular dos apelidos. O zagueiro do Grêmio que fugiu do Olímpico por quatro dias sem avisar, reapareceu no interior paulista e faz sua estreia contra o Sport, amanhã, virou Mário Doril para os jogadores.
Não é criativo?
As maluquices de Guinãzu
Ontem, estava aquele clima chato no Beira-Rio pós-derrota para a LDU por 1 a 0. Tite nem quis dar a costumeira entrevista das sextas-feiras. Alegou que falara tudo na véspera, após o jogo, e silenciou. Nisso, surge Guiñazu. Que sai do vestiário sorridente e chamando todo mundo de "fenômeno", é claro. É advertido
por Alessandro, funcionário do clube. Há camisetas na bancada da recepção à espera de seu concorrido
autógrafo. Ele assina um nome incompreensível e, abaixo, em ótima caligrafia, escreve "Cholo".
— Mas o que é isso aqui? — perguntei, apontando para o garrancho acima do "Cholo". — Seria um Pablo, de Pablo Horário Guiñazu?
E ele, com aquela cara de vocalista do Genghis Khan, sucesso no Programa do Chacrinha nos anos 80:
— Nãããão, fenômeno. Isso aí eu inventei.....
Disse e foi-se embora.
Mudanças no Olímpico?
Reproduzo parte da reportagem distribuída pela agência de notícias Lancepress e publicada no jornal Lance!. O material provocou algum burburinho no Olímpico. Os dirigentes, pelo menos por enquanto, se recusam a admitir o termo "reformulação" e negam movimentos neste sentido. Confira:
"O zagueiro Fábio Ferreira rescindiu seu contrato com o Grêmio. O ala-direita Ruy pediu para sair do clube. Especula-se no Olímpico que Alex Mineiro poderá ser o próximo. E que o
Grêmio só efetivará a contratação de Souza se conseguir passar para a final da Copa
Libertadores....Como Alex Mineiro, o meia Souza ainda não completou a cota máxima de jogos do Brasileiro, e também pode sair depois da Libertadores. O anúncio de sua contratação, terça-feira, foi um erro, provocado pelo diretor de futebol Luís Meira, que mandou colocar a informação no site do clube. Na verdade, o presidente Duda Kroeff hesita em pagar R$ 5,6 milhões ao PSG por Souza, que já tem 30 anos. Isso só acontecerá se o time passar pelo Cruzeiro".
Será isso mesmo?
Centroavante alucinação
Leandrão sai do vestiário, cabeça raspada, e se dirige até o carrão coeano importado. Correntão, óculos escuros, roupas de grife, o centroavante passa reto pelos jornalistas. Não fala. Não dá entrevistas. Nem poderia. A presença de Leandrão é tão surreal no time e fora de contexto no Beira-Rio que ninguém quer entrevistá-lo. É como se ele não existisse. Pelos e-mails que recebo, os colorados adorariam que ele fosse uma
alucinação.
Não é. Mas no dia-a-dia, parece.
Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.
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