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 | 22/06/2009 05h10min

O Inter tem que lamber suas feridas

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Alexandre Lops, Inter, Divulgação










Nos momentos em que tudo parece ter desandado de vez, a pior solução é caçar hereges como a Igreja na Idade Média. Não raro, caem os inocentes e o problema continua intacto. É o que o Inter de Sandro e Índio (foto) deve ter em mente antes de duas grandes decisões, ambas no Beira-Rio.

Primeiro, a Recopa Sul-Americana, contra a LDU, quinta-feira. Depois, o que mais interessa: virar os 2 a 0 do Pacaembu sobre o Corinthians e se garantir na Libertadores de 2010 com o título da Copa do Brasil. Ao apanhar de 4 a 0 do Flamengo no Maracanã e emplacar o quinto jogo sem vitória, Tite não deve sair mudando tudo, como se o esquema agora não prestasse e os titulares fossem todos enganadores.

Mas esta realidade indesmentível não pode servir de álibi para esconder erros. É preciso lamber as feridas. A culpa pela queda acentuada de produção não está só nos desfalques de D'Alessandro, Bolívar, Kleber e Nilmar.

São ausências fundamentais. Devastadoras. Insubstituíveis, talvez. Qualquer time do mundo sentiria a perda de quatro jogadores deste nível. Mas o Inter precisa — contra a LDU os desfalques prosseguem — pensar em soluções melhores até eles voltarem. Especialmente na defesa, que era o ponto forte do time.

A insistência de Danilo Silva no lugar de Bolívar, por exemplo. Estava dando errado, era previsível que desse errado contra o Corinthians (e não foi por falta de alerta) e dará errado se o Inter insistir com ele. Por que ele tem baixa resolução técnica, como diria o professor Ruy Carlos Ostermann. No primeiro gol do Pacaembu, Marcelo Oliveira não driblou Danilo Silva antes de cruzar para Jorge Henrique abrir o placar. Danilo Silva é que se driblou com o corpo. Ontem, no Maracanã, o substituto de Bolívar não defendeu e nem atacou.

Vale o mesmo para Marcelo Cordeiro, do lado esquerdo. Que foi bem contra o Goiás e em outras partidas. Mas mas quando veio a pressão, a partir do Couto Pereira, o rendimento desabou. Na parte defensiva, então, nem houve rendimento, bom ou ruim. Nada aconteceu.

No Maracanã, se fosse futebol americano e tivesse touchdown, o Flamengo faria 10 a 0, tal a facilidade do Imperador Adriano e sua corte de chegar à linha de fundo.

Para a jornada épica contra o Corinthians voltam os titulares, e aí tudo muda de figura. É difícil, mas com Nilmar, Kleber, Bolívar e D'Alessandro há alguma esperança. Mas e quinta-feira?

Por que não Danny Moraes na direita, em vez de Danilo Silva, liberando Marcelo Cordeiro para atacar, já que parece ser essa sua única virtude, ainda que questionável? E Leandrão? Qual a razão para a insistência com Leandrão diante da incapacidade de Alecsandro, se o jovem Talles Cunha até gol já fez quando recebeu oportunidade este ano?

As mudanças darão certo? Não sei. Mas é preciso tentar. Sem fazer terra arrasada, é claro. Repetir no erro não é inteligente. E este é um produto — a inteligência — que sobra na comissão técnica do Inter. 



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