| 08/06/2009 04h33min
A expressiva votação favorável à construção do metrô na Capital, que conquistou 40% dos votos da Região Metropolitana na campanha de ZH 3 Projetos para o Rio Grande, revelou o grau de ansiedade com que os porto-alegrenses esperam pela implantação dos trens subterrâneos. O prefeito José Fogaça afirma que a prefeitura busca um encontro com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para convencer o governo federal a investir na obra. E sustenta que, se para o ano que vem não forem reservados no mínimo R$ 300 milhões, o metrô corre o risco de não ficar pronto para a Copa do Mundo de 2014. Confira um resumo da entrevista concedida, em seu gabinete, na tarde de sexta-feira:
Confira detalhes do projeto
Zero Hora – Como o senhor viu a expressiva preferência de 40% dos votos da Região Metropolitana pelo metrô de Porto Alegre? Já esperava essa
predileção?
José Fogaça – O fato é que ele dá um status para
uma cidade. É muito difícil alguém que, em comparação com outra obra, não escolha o metrô. É impossível dizer não para o metrô. Também evidencia a importância dessa obra. O metrô é necessário independentemente da Copa do Mundo, mas ela é uma boa motivação para a gente se empenhar.
ZH – Mas se sabe que a obra depende do governo federal. O que a prefeitura pretende fazer?
Fogaça – Temos que unir forças na cidade, no Estado, para fazer valer o peso político de Porto Alegre e fazer pender para cá os investimentos. Nós temos vários argumentos. A Copa é um. Outro é que o governo federal não irá gastar com os parques esportivos da cidade. Com isso, cria-se até uma obrigação do governo federal, uma necessidade indiscutível de contrapartida do governo federal de realizar uma obra de peso.
ZH – Já há encontro agendado entre a prefeitura e o governo federal?
Fogaça – Estamos tentando promover um encontro com a ministra Dilma para definir com
ela as nossas obras estratégicas. Se a gente
pensa na Copa, é necessário que, no mínimo, se prevejam R$ 300 milhões para o ano que vem, para elaboração do projeto e o início da obra. Tem de ser no mínimo R$ 300 milhões por ano, ou até mais do que isso, para ficar pronto até 2013. Mas o grande estrangulamento da cidade em termos de transporte público está na direção da Farrapos com Assis Brasil. E só será solucionado com reforma profunda no nosso sistema de transportes.
ZH – O senhor se refere aos Portais da Cidade?
Fogaça – Os portais fazem parte, mas são muito mais baratos. Não custarão mais do que R$ 170 milhões. Isso nós vamos fazer, a prefeitura vai fazer.
ZH – Não há concorrência com o projeto do metrô?
Fogaça – Não há contradição nenhuma, porque as fontes de recursos são bem distintas, uma não atrapalha a outra. Não vamos usar recurso do metrô para os portais, nem dos portais para o metrô.
ZH – O secretário de Mobilidade Urbana reclama de
boicote da União para conceder aval ao empréstimo para os
portais. O senhor crê nisso?
Fogaça – Não quero acreditar que seja, mas, às vezes, é a impressão que dá. Com dois adiamentos, a gente começa a desconfiar. Um projeto não impede o outro. Os portais serão feitos com recursos da prefeitura, e o metrô, do governo federal. Só os portais não resolvem, e só o metrô não resolve. Mas a gente não pode imaginar que vai fazer obras apenas com discurso, tem que ter recursos substantivos, reais, sem trocadilho, e em velocidade razoável.
ZH – E sem isso?
Fogaça – Eu não perco a esperança, vamos continuar lutando. Mas, se não tivermos recurso em 2010, o metrô não será para a Copa.
Veja como foi a votação e confira informações sobre cada obra:
ZERO HORA
Prefeito da Capital pretende se encontrar com a ministra Dilma Rousseff para discutir o invesitmento
Foto:
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