Esta coluna amanheceu abrindo voto pelo Barcelona na semifinal da Liga dos Campeões contra o Chelsea, em Londres. "Amanhecer" é maneira de falar. Eram 7h10min quando os leitores de zerohora.com puderam acessar No Ataque e ler os motivos pelos quais gostaria de ver um triunfo dos espanhóis sobre o ingleses.

Portanto, é com prazer que escrevo agora, minutos depois do golaço de Iniesta, já nos acréscimos do segundo tempo, que garantiu o empate em 1 a 1 e premiou o futebol corajoso do Barcelona com uma vaga na decisão diante do Manchester United. Gol parecido, em execução e circunstâncias, ao de Claiton Xavier, do Palmeiras, sobre o Colo-Colo, livrando o Palmeiras da eliminação logo na primeira fase da Libertadores.

O técnico Luiz Felipe Scolari deve estar contente, embora jamais vá admitir isso por uma questão de elegância e ética profissional. Os mesmos jogadores que o boicotaram e provocaram a sua demissão ontem foram eliminados da forma mais dolorosa possível: com um gol improvável de fora da área. Em casa e nos acréscimos. No Camp Nou, havia dado empate em 0 a 0.

Mas não é esse o mais importante motivo para festejar uma final entre Manchester e Barcelona. São dois times que jogam em função do ataque. E o fazem sem desproteger a defesa. Não se trata de faceirice ofensivista. É o futebol total: todos trabalham em função do ataque com a posse da bola, todos defendem sem a bola partindo do mesmo princípio. Sempre com movimentação intensa e veloz.

Se levarmos em conta que o Barcelona não teve Henry, a façanha em Londres é ainda maior. Mesmo sem o trio de ataque completo (Messi, Henry e Eto'o), o técnico Pepe Guardiola manteve a mesma postura e o mesmo espírito. Nunca abdicou de procurar o gol.

Como disse Sir Alex Fergusson, o Barcelona é o único capaz de enfrentar o seu Manchester ou qualquer time inglês. Será um espetáculo ver Manchester e Barcelona em ação na grande final de Roma, no dia 27.

(Foto: Nick Potts, AP)


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