| 05/05/2009 08h10min
Marquinhos é craque nos campos e um exemplo de superação. Na segunda-feira, em sua casa, quando curtia o dia seguinte ao título catarinense do Avaí, o camisa 10 lembrava de seus momentos difíceis. Em 2005 até pensou em parar de jogar futebol depois da segunda cirurgia no joelho direito.
— Na época, colocamos um vídeo com meus lances e meus amigos disseram: o que, este cara vai parar de jogar futebol? Olhei para minha esposa e meu filho e vi que não poderia parar — disse o meia.
Marquinhos saiu do Avaí e foi para o Bayer Leverkusen, quando passou pela primeira cirurgia no joelho. Em 2005, no Coritiba, sofreu a segunda, quando pensou em parar de jogar. Em 2007, ao se transferir do Santa Cruz para o Atlético-MG, pegou dengue. E quando se tornava titular do Galo, teve uma luxação no braço.
Todo este histórico estava na mente do jogador na semana que antecedeu à decisão. Mas, como era "apenas" uma dor muscular, fez de tudo para jogar. E após sair de
campo como herói do título, na
prorrogação, sentou no banco de reservas e não parou de chorar.
— Em poucos minutos passavam pela minha cabeça os meus 27 anos. Pensava como um sonho virou realidade. Também lembrei muito das lesões. Quem segurou a barra, às vezes até a minha falta de paciência, foram meus familiares, minha esposa, meu filho, meus pais, meu irmão. Foram estas pessoas que passaram pela minha cabeça. Eu só queria lembrar e chorar.
A dor também era sua companheira no banco de reservas. Na hora em que o goleiro Eduardo Martini foi bater o pênalti, o meia sentia cãibras e mal conseguia se levantar. Jogou uma garrafinha de água no massagista Pereirinha, que não queria perder o lance.
Quando chegou em casa depois da carreata pela cidade, foi recebido pelos amigos do Bairro Bom Viver, em Biguaçu, um dos lugares que mais gosta.
— Muitos perguntavam se eu sabia o que significava para a torcida do Avaí. Não tenho noção. Tenho uma ligação com o Guga, pelo
jeito de ser e permanecer desse jeito. Acho que ele
não sabe o que representa para a gente e para o Brasil. Eu também não sei.
Na tarde desta segunda, foi até o Bar do Santos, perto da sua casa. Bar que fora de seu pai e agora é administrado por seus amigos. Fotos suas estavam colocadas nas paredes.
E agora, qual o sonho do craque do Avaí?
— Fazer um bom Brasileirão e permanecer com o Avaí na Série A. E não ter lesões, o que foi fundamental.
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