| 25/04/2009 18h10min
Saiu na militante imprensa inglesa, a inventora do jornalismo de celebridades. E por um jornal importante, o The Sunday Times. Fosse The Sun ou Daily Mirror, passaria batido. Não há nada pior para a verdade do que dar curso a tablóides sensacionalistas. Que, às vezes, podem até roçar em algum aspecto da verdade, mas quase nunca contemplam princípios básicos do jornalismo, como ouvir o acusado de uma denúncia, por exemplo.
Bem, o fato é que o Times, de Londres, publicará este fim de semana a seguinte notícia: David Beckham (na foto em sua milésima campanha publicitária) é o esportista mais rico do Reino Unido. Aos 34 anos, sua fortuna está avaliada em
US$ 184 milhões. Pouco? É 40% a mais do que Lennox Lewis, ex-pugilista e segundo da lista. Beckham ganha
até dos pilotos de F-1, para se ter ideia.
Pesco esta notícia para dizer que a cultura das celebridades é um câncer no futebol. Tudo bem que, na Inglaterra, jogadores de futebol e astros pop estejam incluídos na mesma categoria por razões culturais. Só que, no caso de Beckham, o exagero é notório no mundo todo. Ele tem tido atuações apenas razoáveis no Milan. E não foi contratado pelo talento. É ex-jogador há muito tempo e nunca foi craque, embora continue ganhando mais mídia no mundo inteiro do que Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic juntos, só para ficar em dois astros da ativa infinitamente melhores do que ele.
O importante não é mais o talento, mas o retorno financeiro. Que pode vir como garoto-propaganda, não tem importância. Daqui a pouco, os clubes vão ter duas folhas salariais: uma para entrar em campo, outra para desfilar e tirar fotos.
Pode ter estratégia de marketing, é claro que sim, mas com limite.
Senão, vira
circo.
Confira todos os textos da coluna No Ataque.
Siga a coluna no Twitter.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.