A Associação de Escuderias da Fórmula-1 (Fota, em inglês), anunciou nesta quinta uma série de medidas para combater a crise financeira na principal categoria do automobilismo, entre elas um corte geral de 50% nos gastos para a próxima temporada. A redução afetará aspectos importantes como a despesa com motores, que deve cair pela metade já neste ano e mais 37,5% em 2010.

O italiano Luca di Montezemolo, presidente da Fota e da Ferrari, disse em entrevista coletiva nesta quinta, na cidade suíça de Genebra, que a medida é um esforço fantástico e permitirá a chegada de novas escuderias à F-1.

Está prevista uma economia de 60% nas caixas de câmbio para 2010, enquanto os testes terão queda de custos de 50% este ano e outros 30% no próximo. O preço de chassi já caiu e sofrerá redução extra de 30% na próxima temporada.

Segundo o presidente da Fota, as equipes que formam o comitê executivo da entidade fizeram um grande esforço para dar prioridade à redução de custos, e ressaltou que isto não teria sido possível sem a criação da associação, em julho.

O desenvolvimento de aerodinâmica, que mais problemas traz aos orçamentos, terá uma redução de despesa em 20% e 50% neste e no próximo ano, e a nova tecnologia do Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers, em inglês) sofrerá corte de 80% no orçamento em 2010.

– As mudanças a serem aplicadas já nesta temporada serão feitas mantendo e ampliando as características da Fórmula-1 – disse di Montezemolo.

Sobre os efeitos da crise econômica mundial nas equipes, cujos recursos vêm em grande parte das contribuições de seus patrocinadores, di Montezemolo disse que a Fota vê o problema com uma atitude positiva, porque é também uma grande oportunidade para introduzir melhoras na categoria. Ele lembrou que a F-1 já enfrentou algumas crises econômicas internacionais (as piores nos anos 70 e início dos 90).

– Da mesma forma que alguns patrocinadores sairão, outros chegarão, pois vêm de mais países e outras atividades comerciais – disse.

Segundo a Fota, uma pesquisa realizada recentemente apontou um aumento da audiência da categoria e que esse público rejuvenesceu, chegou a países como China, Índia e Rússia, e atrai mais interesse entre as mulheres.