O clima de indignação por ficar de fora da partida entre Grêmio x Atlético-MG, domingo, às 17h, é grande entre os torcedores gremistas. Do lado de fora do estádio, próximo ao Largo dos Campeões, um grupo de aproximadamente 100 pessoas gritava, revoltado, pedindo ingressos para a direção do clube. O grupo estaria no Olímpico desde às 6h e, segundo dizem, o clube não dá informações sobre bilhetes. A esse grupo se somaram inúmeros torcedores que estavam na bilheteria da avenida Doutor Carlos Barbosa. Por volta das 16h, a Brigada Militar reforçou a segurança do local.

— Ficamos na fila e o segurança passou contando quantos éramos, dizendo que tinha ingresso. Depois, simplesmente fecharam a bilheteria. Eu queria dar esse presente para o meu filho e não consegui — conta José Tavares, que estava na fila desde as 8h. Seu filho, Maurício, passou em Ciências Contábeis na UFRGS.

Alguns torcedores, mais exaltados, dizem que "quando cair para a Segunda Divisão, tem de pedir ajuda para os cambistas". Os relatos são de que ambulantes possuem entradas, que estariam sendo vendidas a R$ 150 — o valor mais alto seria R$ 50, de cadeira central.

Segundo Luiz Moreira, Diretor Adjunto Administrativo e membro da Comissão de Jogos do Grêmio, não será possível contemplar todos os torcedores.

— O Grêmio seria irresponsável se colocasse mais ingressos para vender. O problema é que o torcedor só quer ir em jogo bom. Para Grêmio e Ipatinga tinham ingressos sobrando.

Os ingressos esgotaram-se às 11h30min desta quinta-feira. Havia ainda 1,2 mil bilhetes disponíveis hoje. Durante a manhã, a fila de torcedores que queriam adquirir ingresso para a última partida do Brasileirão quase dava a volta no Estádio Olímpico, de acordo com a assessoria de comunicação do clube. É esperada a lotação do Olímpico, que deverá ter cerca de 50 mil torcedores.