O prêmio pela temporada de luxo de Alex no Inter chegou ontem à tarde, com a convocação para a Seleção Brasileira. O meia ocupará a vaga do lesionado Júlio Baptista nos jogos contra Venezuela, domingo, e Colômbia, quarta-feira, pelas Eliminatórias.

Era para ser um dia de folga, para se recuperar da derrota em Curitiba e do desgaste de treinos e jogos. Alex dormiu até o meio-dia, passeou à tarde com a mulher, Ana Paula, e o filho, Lucas, e aproveitou para visitar apartamentos, já que pretende se mudar em breve. De volta em casa, por volta das 17h30min, o meia estava a caminho da geladeira em busca de um lanche quando recebeu telefonema do supervisor da Seleção Brasileira, Américo Faria.

— Ainda bem que não deu tempo de pegar nada na geladeira. Teria caído no chão — contou Alex horas depois, no Beira-Rio.

Apesar de reconhecer a voz de Faria, Alex ficou alguns minutos incrédulo. Contou a novidade ao seu empresário, Luis Carlini. Em seguida, ligou para o pai, André, e revelou a notícia em etapas. No primeiro telefonema, deu apenas dicas. No segundo, confirmou a convocação. Em ambos, André, 58 anos, chorou.

— Fui aos pouquinhos para cuidar da pressão dele — explicou Alex.

O sossego da folga desapareceu. Os telefones não pararam de tocar. Eram repórteres e amigos atrás de Alex. Alheio ao alvoroço, o pequeno Lucas, dois anos, queria aproveitar a folga do pai e brincar. Alex precisou se desdobrar. Em determinado momento, concedeu entrevistas e trocou a fralda do guri ao mesmo tempo.

Só depois que Lucas dormiu é que o pai foi cuidar da viagem. Passou no Beira-Rio vazio para pegar o passaporte e o fax da CBF confirmando a convocação. Alex foi festejado pelos funcionários do Inter e por um solitário torcedor. O estudante de Direito Rafael Garcia interrompeu seu passeio diário de bicicleta em torno do estádio para cumprimentar o ídolo.

Alex embarca no início da manhã para o Rio, de onde seguirá para a Granja Comary, em Teresópolis. Na sexta-feira, a Seleção embarca para San Cristóbal. O meia terá seis treinos para mostrar serviço a Dunga. A concorrência no meio-campo é grande. Para a meia, há Kaká e Elano. Se o técnico quiser usá-lo na frente, engrossa ainda mais: há Robinho, Adriano, Jô, Mancini e Pato, ex-companheiro de Inter.

— Nossa, não gosto muito de concentração, mas essa é especial — sorriu o mais novo selecionável do Inter.

O substituto está pronto

Sem Alex, Tite deve lançar Daniel Carvalho no ataque. O atacante reclamou no sábado da condição de reserva e de entrar apenas nos minutos finais ou quando o time está em desvantagem. Agora, ganha a chance de começar entre os titulares e em sua posição. Ontem, apesar da folga, Daniel foi ao Beira-Rio treinar. Chegou vestido com estilo (acima) e, uma hora depois, reapareceu na entrada do vestiário pingando suor.