A preocupação passou. Os três gols marcados nos 7 a 1 sobre o Figueirense devolveram a tranqüilidade a Perea, cuja titularidade já era ameaçada por André Luís e Reinaldo. Agora, são 14 na temporada. Está a apenas um da marca registrada no Campeonato Colombiano de 2005, pelo Nacional, de Medellín. Foi sua melhor temporada e rendeu a venda ao Bordeaux, da França, de onde veio no início do ano para o Grêmio.

— Não é que estivesse angustiado. Preocupado, sim. Se não faço gols, o André Luís toma o meu lugar — brincou o atacante, ontem à tarde.

Veja como foi a recepção da torcida aos jogadores após a goleada em Florianópolis

Horas antes, ele havia sido o último a deixar o Aeroporto Salgado Filho, na chegada de Florianópolis. Torcedores gritaram sem parar o seu nome, enquanto concedia entrevistas, um tanto tímido. Fazendo coro ao resto do grupo, Perea evita se empolgar com a goleada e a liderança do Brasileirão. Diz que o momento "é de manter os pés sobre a terra".

Ainda assim, é rápido ao responder qual dos três gols foi o mais bonito na noite histórica de quinta-feira. Elege o terceiro, em que driblou um marcador antes de entrar na área e chutar forte.

O atacante só lamenta que a mãe, Luz Angela, não tenha assistido à façanha em Cáli, na Colômbia. Nos primeiros dias de Grêmio, quando os gols teimavam em não sair, era com ela que ele desabafava, por telefone.

— Quando ela correu para a frente da televisão, eu já havia feito o terceiro — conta, explicando que um canal a cabo transmitiu o jogo para o país.

O novo projeto é fazer gols com maior freqüência. O último, antes do jogo contra o Figueirense, havia sido dia 8 de junho, nas quinta rodada, contra o Fluminense.

Foi um período tão incômodo quanto o vivido entre 9 e 27 de fevereiro. Entre a estréia e o jogo contra o Jaciara, pela Copa do Brasil, Perea ficou cinco jogos sem fazer gol, o que gerou desconfiança na torcida. Naquela noite, marcou quatro.

Para o jogador, a explicação para os longos períodos sem marcar pode estar na freqüência com que é convocado pela seleção colombiana. Cada ausência representa uma perda de entrosamento com o time.

— Convocações dão prestígio. Por outro lado, também provocam um cansaço muito grande — admite.

Para o jogo de amanhã, contra o Palmeiras, Perea sonha marcar pelo menos uma vez. Na comemoração, quer homenagear sua mulher, Joana. Grávida de seis meses e meio, ela faz aniversário amanhã. Ontem, os dois reservaram algumas horas para planejar a chegada de Lauren Sofia. Está decidido que ela será brasileira.

Veja os gols da goleada sobre o Figueirense que colocou o Grêmio na liderança do Brasileirão: