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 | 19/06/2008 05h24min

Agonia de Teco completa um ano

Zagueiro passou por duas cirurgias no joelho e não deve renovar com o Grêmio

Luís Henrique Benfica  |  luis.benfica@zerohora.com.br

Completa um ano amanhã o drama de Teco. O rompimento do ligamento cruzado do joelho esquerdo, dia 20 de junho de 2007, em jogo contra o Boca Juniors, lançou o zagueiro de futebol, ao mesmo tempo técnico e vigoroso, num período de incerteza.

Quatro quilos mais gordo e consumindo os dias com sessões de fisioterapia, musculação e corridas, ele já se conforma com a possibilidade de não ter seu empréstimo renovado no final deste mês. A direção do Grêmio esquiva-se de uma resposta objetiva.

O jogo que mudou o destino do Teco decidia a Libertadores da América. Aos 32 minutos do primeiro tempo, assediado pelo argentino Palacio, ele pulou para afastar uma bola chutada do campo do Boca. Ao descer, tocou o gramado com o pé esquerdo e sentiu uma forte dor no joelho. Pediu ajuda ao goleiro Saja, que avisou o médico Márcio Bolzoni. Um rápido exame foi suficiente para atestar a gravidade da lesão. Orientado a deixar o jogo, o zagueiro recusou-se a sair.

— Tu estás louco, rapaz? Não dá para continuar — disse Bolzoni, com a voz abafada pelo ruído dos mais de 46 mil gremistas presentes ao estádio.

— Dá sim — garantiu Teco. E voltou.

No lance seguinte, um nova queda no gramado, esta definitiva. Como o joelho custou a desinchar, foi preciso esperar até 4 de julho pela cirurgia. Em sua melhor fase desde a chegada ao Grêmio, no início do ano, tendo desbancado o argentino Schiavi, Teco precisou parar.

Dia 8 de janeiro, durante a pré-temporada, em Bento Gonçalves, deu-se o segundo ato de seu infortúnio. Teco trocava passes com Bruno Teles durante um treinamento quando voltou a sentir o joelho esquerdo.

— Pareceu um choque. Coloquei gelo no local, mas inchou em seguida — recorda o jogador.

Faltava ainda o diagnóstico. Que chegou na madrugada do dia 9, através de um telefonema do médico Márcio Bolzoni, após olhar o resultado da ressonância magnética. O enxerto colocado no joelho na primeira cirurgia havia se rompido. Teco precisaria operar de novo. E ficar mais seis meses sem jogar.

— Aquilo acabou comigo, fiquei desesperado. Estava sozinho em Porto Alegre, sem ninguém para desabafar. Na hora, pensei nos meus pais, lá em Belo Horizonte. Levei dois dias até criar coragem para contar a eles. Só me abri por telefone com a minha mulher, que estava viajando — conta.

Teco faz tratamento diariamente no Olímpico. Mesmo convencido de que voltará a jogar, por vezes sente-se desanimado por não poder sequer tocar na bola. Dia 15 de julho, completam-se seis meses da segunda cirurgia. A partir dessa data, serão necessárias pelo menos mais três semanas para a retomada do condicionamento físico. Até lá, já será conhecida a decisão do clube. Se não ficar, Teco retorna ao Cruzeiro, para cumprir contrato até julho de 2009.

— Vou ser sincero: já fui mais otimista quanto à renovação de contrato. Como ninguém me procurou, estou meio desconfiado. Quero ficar. Mas vou entender se o Grêmio não me quiser mais. Ficarei torcendo de longe — afirma.

Valdir Friolin / 

Zagueiro, que está quatro quilos mais gordo, rompeu o ligamento do joelho esquerdo na final da Libertadores contra o Boca Juniors
Foto:  Valdir Friolin


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