A partir deste domingo começa a decisão do título Catarinense de 2008, entre dois gigantes do futebol estadual. O Figueira tem 14 taças de campeão, enquanto o Criciúma soma nove títulos. Nesta temporada, a torcida alvinegra comemorou o primeiro lugar na classificação do turno, já a tricolor levou o returno e tem a melhor campanha do Estadual. A disputa começa às 16h, no Orlando Scarpelli, em Florianópolis. A partida será transmitida ao vivo pela CBN Diário e o clicRBS narra todos os lances pelo Minuto a Minuto.

O primeiro duelo da decisão é marcado por um antagonismo: o técnico alvinegro Alexandre Gallo teve 15 dias para treinar sua equipe, enquanto Leandro Machado vem de três jogos em um intervalo de uma semana (dois pela Copa do Brasil e um pela última rodada do returno do Estadual).

Se a preparação e o cansaço marcam um jogo de opostos, o cuidado e a boa preparação psicológica podem ser definitivos para que ninguém fique em desvantagem na próxima semana. Isso porque o Figueira tem oito jogadores pendurados por cartão e, o Criciúma, quatro — além de outros dois suspensos, o lateral Reginaldo Araújo e o atacante Jean Coral. Números que demonstram a importância da tática e da frieza para esta primeira partida da decisão. Como a decisão do Estadual é realizada em dois jogos, a definição do campeão sai somente no dia 4 de maio, no Heriberto Hülse, casa do Tigre.

Se conquistarem uma vitória cada, independente do saldo de gols, ou dois empates, os times decidem o confronto em uma prorrogação de 30 minutos, que funciona como um terceiro jogo. Quem sair vitorioso na prorrogação, comemora o título. Caso o placar fique no empate, a disputa irá para os pênaltis.

Alvinegro usa blindagem na preparação

O técnico Alexandre Gallo teve 15 dias para preparar o time do Figueirense para o primeiro jogo da final com o Criciúma. A fim de evitar as pressões externas, a direção levou o grupo para um regime de concentração em Águas Mornas, na Grande Florianópolis. Os jogadores machucados estão recuperados, os suspensos estão novamente à disposição. Por tudo isso, o Figueira está pronto para tentar o 15° título estadual.

Gallo trabalhou o time titular de acordo com a maneira de atuar do Tigre, como de costume. A diferença é que o treinador pôde estudar bem o adversário, que enfrentou três "decisões" (a final do returno, diante do Avaí, e as duas partidas contra o Vasco pela Copa do Brasil) em uma semana. Porém, nem o fato de jogar em casa a primeira partida e nem a maratona desgastante do oponente faz o treinador aceitar a pecha de favorito.  

— Não existe um favorito. Chegaram na final as duas equipes que provaram ser as melhores e qualquer uma das duas tem condições de vencer. Clássico é sempre assim e a gente vai lutar muito para vencer, mas sem favoritismo — comentou o treinador.

— É um confronto difícil. O Criciúma é uma equipe forte, boa tecnicamente, acima da média do Estadual, um time bem preparado e a gente sabe que não vai ter vida fácil. É uma decisão, e é sempre importante estar atento a tudo — concluiu.

Atento às qualidades do adversário, o treinador deve armar o time com três zagueiros e seis homens no meio-de-campo. O meia Rodrigo Fabri, que volta de lesão, é quem vai jogar mais à frente, encostando no artilheiro do time, o atacante Wellington Amorim (marcou 12 gols).

— É uma final de campeonato, não tem como se poupar. Quem joga um pouco mais à frente até pode se preservar um pouco, mas do meio para trás não tem como — disse Rodrigo Fabri.

Tigre tem dúvida no meio-campo

A exemplo do que tem ocorrido nos dois últimos jogos, o técnico Leandro Machado mantém uma dúvida para definir a equipe que enfrenta o Figueirense neste domingo à tarde. O problema do técnico atende pelo nome de Valdeir. O meia se recupera de uma lesão muscular e realiza teste momentos antes do jogo.

O meia voltou a sentir uma lesão muscular na coxa da perna direita no primeiro jogo do confronto com o Vasco pela Copa do Brasil e não atuou diante do Avaí, na decisão do returno, fato que se repetiu na segunda partida contra a equipe carioca. Na sexta-feira, o jogador participou do treino coletivo, mas evitou tocar na bola com a perna direita para não forçar a musculatura da coxa.

Se Valdeir não atuar, o técnico Leandro Machado deve optar pela manutenção de Marcelo Rosa no meio-campo, desta vez na função de articulação, já que a equipe tem o retorno de Luis André, que não jogou diante do Vasco. Outra opção é promover a entrada de Emerson Ávila na lateral-esquerda, com Uendel passando para o meio-campo. A opção foi testada no treino coletivo de sexta-feira.

Mas, se o técnico não tem a confirmação da presença de Valdeir, já sabe que não poderá contar com o lateral Reginaldo Araújo, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, e o atacante Jean Coral, que cumpre suspensão automática pela expulsão na partida contra o Avaí. O jovem Patric, 19 anos, será o substituto do capitão Reginaldo Araújo, enquanto no ataque, Zulu deve ser confirmado no lugar de Jean Coral.