| 21/03/2008 18h22min
O recente confronto entre forças policiais chinesas e manifestantes tibetanos aumentou o grau de incerteza das eleições presidenciais que ocorrem neste sábado em Taiwan, a ilha que a China diz pertencer a seu território.
A repressão aos rebeldes pode ter afetado o favoritismo de Ma Ying-jeou, do Partido Nacionalista, defensor do fortalecimento dos laços com o governo de Pequim. Ele liderava a corrida por uma diferença que variava de 6 a 30 pontos percentuais de acordo com pesquisas divulgadas até o dia 12 de março, último dia em que os levantamentos podiam ser publicados.
A violenta reafirmação do controle chinês sobre o Tibete foi explorada pelos adversários de Ma como uma ameaça à jovem democracia de Taiwan, que realiza neste sábado a quarta eleição presidencial direta de sua história — a primeira foi em 1996.
A eventual vitória de Ma significará a volta ao poder dos nacionalistas que fugiram da China em 1949 e instalaram um novo regime na ilha,
sob o comando de Chiang Kai-shek.
Nos últimos oito anos, Taiwan foi governada pelo Partido Democrático Progressista, favorável à independência em relação à China.
Aliado incondicional dos Estados Unidos no Pacífico, Taiwan perdeu em 1971 a cadeira que tinha na Organização das Nações Unidas (ONU) e no Conselho de Segurança. Seu lugar foi transferido para a República Popular da China, liderada na época por Mao Tse-tung.
Em protesto, Taiwan deixou a organização internacional. Junto com a eleição presidencial, os taiwaneses vão votar em dois referendos, que vão decidir se a ilha deve pleitear uma cadeira própria na ONU, movimento considerado inaceitável pela China, já que significaria a independência formal da ilha.
Os líderes chineses repetem que estão dispostos a ir à guerra caso Taiwan siga por esse caminho. Segundo o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a China possui entre 900 e 1.070 mísseis balísticos capazes de atingir a ilha.
Na quarta-feira, os
norte-americanos anunciaram o envio de dois
porta-aviões à região de Taiwan, que farão exercícios durante as eleições. A medida já foi adotada em pleitos anteriores e tem o objetivo de contrapor as ameaças de ataque por parte da China.
Entenda a revolta do Tibete contra a China
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