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 | 22/02/2008 15h11min

Segurança é reforçada após onda de violência em Kosovo e na Sérvia

Otan mantém na província independentista em torno de 17 mil tropas de 35 países

A Força para o Kosovo (Kfor) e as polícias local e internacional reforçaram suas medidas de segurança após os últimos incidentes na província sérvia, que declarou unilateralmente a independência no domingo. Os helicópteros da Kfor, liderada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sobrevoaram nesta sexta-feira Mitrovica, uma cidade dividida entre a etnia sérvia e a albanesa que esta semana foi palco de vários protestos violentos.

A polícia local fechou várias passagens na fronteira entre Kosovo e a Sérvia como medida de prevenção contra manifestantes radicais sérvios que poderiam participar de uma manifestação ocorrida hoje em Mitrovica. Durante o protesto houve ataques à polícia kosovar com pedras e explosivos, mas não foram registradas vítimas. Nesta cidade do norte de Kosovo, contígua à Sérvia, aumentou o número de soldados e tanques da Kfor, informou hoje uma testemunha.



A Kfor mantém em Kosovo em torno de 17 mil tropas de 35 países e expressou sua determinação de não tolerar a violência, qualquer que seja sua procedência. Um grupo de soldados checos ajudou na quinta-feira as forças especiais da polícia kosovar a frustrar uma tentativa de manifestantes sérvios — entre eles antigos reservistas do Exército do país — de entrar no território kosovar pela fronteira de Merdare. Os soldados da Kfor tomaram na terça-feira passada o controle provisório de duas passagens fronteiriças que tinham sido destruídas por um grupo de manifestantes sérvios.

Apesar dos incidentes no norte de Kosovo, o primeiro-ministro albano-kosovar Hashem Thaçi afirmou à população hoje que "a integridade territorial está protegida, garantida pela polícia e pelas tropas da Kfor". Ele disse ainda que o Kosovo não será dividido. Thaçi fez essas declarações em entrevista coletiva conjunta com o holandês Peter Faith, que dentro de três meses assumirá a chefia da União Européia (UE) em Kosovo. Faith reafirmou sua decisão de estender a presença européia ao norte de Mitrovica, controlada até agora pela Sérvia.

No Kosovo se espera a missão da UE que, com quase 2 mil policiais e juízes, deverá substituir a Missão Interina das Nações Unidas para o Kosovo (Unmik), que administrou a província sérvia desde 1999.


 

O primeiro-ministro criticou a explosão de violência ocorrida ontem em Belgrado, que teve o saldo de um morto e dezenas de feridos, assim como danos materiais a embaixadas de países que reconheceram a soberania do Kosovo, lojas e restaurantes ocidentais. Thaçi afirmou que os atos violentos "não são apenas uma rejeição à independência de Kosovo, mas a todo o mundo democrático".

De acordo com a declaração de independência promulgada em 17 de fevereiro pelo parlamento de Pristina, a soberania de Kosovo será supervisionada pela missão civil da UE, seguindo as disposições previstas no plano do ex-mediador da ONU Marti Ahtisaari. O plano estipula que Kosovo é um caso único e não abre precedentes para outros conflitos.

A declaração também define a sociedade kosovar como multiétnica e concede amplos direitos à minoria sérvia, que representa em torno de 5% do total de 2 milhões de habitantes kosovares.

EFE
 
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