O ministro de Exteriores da Sérvia, Vuk Jeremic, pediu nesta terça-feira à Organização para a Cooperação e Segurança na Europa (OSCE) que condene a recente declaração de independência do Kosovo, e que o autoproclamado Estado, que Belgrado não reconhece, nunca integre o grupo.

— Pedimos que este organismo condene a declaração ilegal e unilateral de independência do Kosovo — disse Jeremic diante do Conselho Permanente da OSCE.

A Sérvia, acrescentou, "quer que o Kosovo nunca obtenha um assento à mesa da OSCE", que reúne 56 Estados de Europa, América do Norte e Ásia Central. O pertencimento à ONU e à OSCE "significa pertencer à comunidade mundial de nações soberanas. A República da Sérvia é uma destas nações. E Kosovo nunca será", afirmou Jeremic.

Fontes da OSCE disseram que o pedido de condenar a independência do Kosovo é um ato simbólico, já que um passo assim depende da decisão de cada um dos 56 Estados membros e não da organização como tal. No entanto, a entrada do Kosovo na OSCE pode ser bloqueada por qualquer membro da entidade multilateral.

O chefe da diplomacia sérvia fez um discurso diante dos representantes dos 56 países-membros da organização, abrindo uma sessão extraordinária do Conselho Permanente convocada a pedido de Belgrado.

"A independência (do Kosovo) é uma flagrante violação das leis internacionais", incluída a Ata Final de Helsinque, que é a base da OSCE, da Carta das Nações Unidas e da resolução número 1244 do Conselho de Segurança da ONU, afirmou Jeremic. A Ata Final de Helsinque reconhecia em 1975, em plena Guerra Fria, a inviolabilidade das fronteiras nacionais e o respeito à integridade territorial.

Segundo o governo sérvio, "Kosovo nunca adquirirá a condição de legitimidade" enquanto sua independência não for aprovada pelo Conselho de Segurança.

EFE