Os principais líderes do Kosovo, que declarou de forma unilateral sua independência da Sérvia, pediram hoje à comunidade internacional que seu país seja reconhecido como novo Estado soberano. O presidente kosovar, Fatmir Sejdiu, disse à imprensa em Pristina que, "agora que foi proclamada a independência, tenho a honra de convidar todos os países do mundo a estabelecer relações normais diplomáticas conosco".

O presidente do Parlamento kosovar, Jakup Krasniqi, disse que "está mudado a história dos Bálcãs e o mapa da Europa", e qualificou a independência como "ponto de inflexão" para a região.

— Agora, o Kosovo precisa do reconhecimento internacional de todos os países da ONU, onde tem seu lugar — acrescentou o líder da Assembléia.

Já o primeiro-ministro kosovar, Hashem Thaçi, que leu a declaração da independência, disse que o novo Estado vai respeitar os direitos das minorias, e ressaltou que, "a partir de hoje, o Kosovo será um Estado democrático e multiétnico". A independência do Kosovo marca o fim da desintegração da antiga Iugoslávia, segundo o ex-líder guerrilheiro.

Os líderes kosovares disseram também que respeitarão o plano do mediador Martti Ahtisaari, que prevê uma soberania tutelada e limitada para a província sérvia. O plano prevê o envio de uma missão da União Européia (UE) ao Kosovo, que ajudará as autoridades locais a construir um Estado de direito. Nesse sentido, Thaçi disse que o Kosovo "dá as boas-vindas à nova missão internacional, liderada pela UE, que nos ajudará em nosso desenvolvimento democrático e que supervisionará a aplicação do plano Ahtisaari".

No ano passado, quando foi apresentado, o plano foi rejeitado então pela Sérvia e por sua aliada Rússia, apesar de conter, na maior parte, medidas que pretendem garantir a proteção das minorias — especialmente os sérvios — do Kosovo.