| 03/11/2005 18h16min
Para o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), está comprovado que, do total do dinheiro que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza pegou emprestado de bancos para repassar ao PT, um terço é público e foi direcionado “visível e comprovadamente” para interesses políticos. Serraglio concedeu entrevista coletiva na tarde de hoje.
O relator disse que as pessoas envolvidas no esquema de empréstimo que levou dinheiro público do Banco do Brasil (BB) aos cofres do PT poderão responder por crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, peculato e prevaricação. O deputado pretende reconvocar todas as pessoas envolvidas no esquema e já pediu a convocação de Leo Batista dos Santos, que é gerente de divisão do Banco do Brasil, e Douglas Macedo, gerente-executivo do BB. Os dois assinaram a nota técnica que autorizou o pagamento antecipado de R$ 35 milhões à agência de publicidade DNA, de Marcos Valério, que faria serviços de publicidade para a Visanet, empresa da qual o Banco do Brasil detém 33% do capital. Serraglio explicou como funcionava o esquema. Marcos Valério recebia dinheiro da Visanet por trabalhos de publicidade e depois depositava a verba em bancos. Posteriormente, esses bancos simulariam empréstimos ao empresário mineiro. – Esse dinheiro vai para o BMG e ele empresta. Em outra oportunidade, um outro pagamento vai para o Banco Rural, que também empresta e não cobra – disse. Procurado pela CPI, o BB apresentou uma notificação que teria enviado à DNA no dia 25 de outubro de 2005, sobre uma investigação interna que fez sobre o assunto. O banco aponta que dos R$ 35 milhões adiantados como pagamento, R$ 9 milhões foram serviços pagos que não foram executados. O deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), diz que o banco só notificou a DNA depois que percebeu que a CPI estava perto de desvendar o esquema. A Visanet divulgou nota respondendo às denúncias de que teria repassado dinheiro usado no valerioduto. A empresa diz que os pagamentos feitos à DNA, do empresário Marcos Valério, foram efetuados em cumprimento à orientação do Banco do Brasil, que detém 33% das ações da Visanet. AGÊNCIA O GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.