| 27/10/2005 02h52min
Desolado, o diretor-presidente da Standard Distribuidora e Logística, José Luis Demeter, conferiu os prejuízos deixados pelos manifestantes.
- Isso é um absurdo - afirmou, em frente à doca 16, a mais atingida.
Caixas abertas pelos chão, pacotes de queijo, iogurte, leite condensado davam uma mostra do desperdício.
-Tudo que é tipo de alimentos que tínhamos aqui, mexeram - lamentou Dirceu Lima, que trabalha na empresa há três anos e estava no local desde as 23h do dia anterior.
Quando os manifestantes chegaram ao local, caminhões estavam sendo carregados. Ao se dar conta da confusão, funcionários da empresa fecharam as docas. A 16, no entanto, foi arrombada. Foi por lá que os manifestantes entraram no prédio.
Doze funcionários ficaram sitiados na empresa até o final. Entre eles, Carlos Pelc, gerente de distribuição da Standard. Ele havia chegado para o trabalho por volta das 23h da terça-feira e passou
ontem o dia sem comer nada. Pelc conta que os manifestantes
foram entrando no prédio em efeito cascata:
- Eram quatro, depois seis. Com o medo de haver confronto, levei minha turma para o forro da empresa. Mas éramos vigiados.
Para Pelc, o momento mais difícil foi no meio da tarde. Eles tinham medo de a BM invadir e haver confronto.
Na madrugada, caminhões de empresas como Avipal, Nestlé, Kibon, Sadia foram saqueados. O grupo passou a consumir alimentos armazenados na empresa e chegou a repassar mercadorias para moradores de uma vila próxima. Até o deputado Dionilso Marcon (PT) admitiu que comeu um picolé retirado de um dos caminhões saqueados.
- Alguns pegaram (uns picolés). Eu também. Quem não gosta de um picolé? - comentou.
Demeter avalia que um dia parado representa um prejuízo de 5 milhões a Standard.
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