| 21/10/2005 22h07min
O depoimento do médico Paulo Vasques, amigo do perito Carlos Delmonte Printes, cujo corpo foi achado no dia 12, levou a polícia a confirmar que a hipótese de suicídio é praticamente certa e deve dar fim às investigações sobre o caso. Delmonte fez o laudo necroscópico do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), o qual indicou que o petista sofreu tortura antes de ser assassinado, em 2002. A constatação do perito reforçaria a hipótese de crime político ou de vingança, segundo o Ministério Público.
– O psquiatra e legista (Paulo Vasques) é conclusivo em dizer que o quadro do doutor Delmonte era depressivo grave, evolutivo. Ele (Vasques) disse que, se tivesse visto as cartas escritas por Delmonte, as quais ele reputa como cartas suicidas, teria o internado compulsoriamente – afimou o delegado José Nascimento, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
As cartas as quais o delegado se refere foram escritas por Delmonte dois dias antes da morte e destinadas ao filho dele, Guilherme, e à mulher, Luciana Plumari. Um texto com mensagens que remetem a um amor não correspondido por Luciana é o que mais reforça a tese. "Eu falei que não conseguiria viver sem você. Agora eu estou aqui com seu pai", são as frases contidas na carta assinada por Delmonte. O pai de Luciana, citado por Delmonte, é Francisco Plumari, assassinado em 2003.
Para Nascimento, a tese de suicídio ganhou grande força por causa de 16 depoimentos – todos harmônicos, segundo a polícia , das cartas e de imagens registradas na entrada do escritório onde Delmonte foi achado. A confirmação oficial, porém, só deve ocorrer na semana que vem, quando o Instituto Médico Legal (IML) finalizar o laudo micoscópico das vísceras de Delmonte. Ele pode ter sido envenenado.
Segundo o médico Vasques, Delmonte, seu amigo de adolescência, tinha choros compulsivos nos últimos meses. O filho do legista morto, a ex-mulher dele, Vera, além de Luciana, não acreditam na hipótese, já que perito "fazia planos para o futuro", embora estivesse doente. O promotor Marcelo Milani, designado para acompanhar as investigações, disse que não descarta a hipótese de homicídio.
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